A equação não fechaAposta-se, atualmente, que o mercado interno salvará aeconomia brasileira: que o aumento dos salários acimada produtividade, além de reduzir a desigualdade, criarádemanda para a indústria e compensará a taxa de câmbiosobreapreciada. Em outras palavras, a mesma receitaque deu bons resultados no passado poderia ser repetidaagora. Mas, desta vez, temo que a equação não feche.Ainda será possível elevar salários reais sem alta dainflação, porque o preço global das commodities tende abaixar, mas é exatamente isso que tira espaço à políticaeconômica do governo.Durante o governo anterior, a taxa de crescimento doPIB dobrou, enquanto a diminuição da desigualdadeeconômica, que já vinha ocorrendo, se acelerou. Masisso foi alcançado sem que se enfrentasse o problemafundamental: a taxa de câmbio sobreapreciada. Em vezdisso, aproveitou-se a contínua apreciação do real paramanter a inflação baixa, ao mesmo tempo em que ossalários aumentavam.Nesse quadro, a desindustrialização iniciada em 1990prosseguiu, mas o setor sobreviveu porque contou com omercado interno duplamente aquecido: pelo aumento domínimo e pelo aumento dos salários reais decorrente dabaixa do dólar.O país, que deveria apresentar elevado superavit graçasao aumento do preço das commodities, voltou ao deficitem conta-corrente.A médio prazo, uma política de crescimento voltada para omercado interno é tão inviável quanto a alternativa de umaeconomia voltada para as exportações. Mercado interno eexportações precisam crescer concomitantemente.O título do texto acima, "A equação não fecha", refere-seao trade-off entreA inflação e salários reais.B preço de commodities e crescimento econômico.C deficit em conta-corrente e crescimento econômico.D aumento do salário mínimo e apreciação cambial.E redução de desigualdades econômicas e crescimentoeconômico.
#ENADE
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.C deficit em conta-corrente e crescimento econômico.
O texto evidencia a existência da aparente dicotomia durante os 90, por conta do abaixamento preço das commodities, aumento do valor dos salários reais, gerando o crescimento econômico.
Todavia, a inflação ainda mantinha-se alta, o que reduzia o poder de comprar dos brasileiros, acompanhado do aumento do déficit em conta-corrente dos cidadãos, gerando ainda maior desigualdades sociais.
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