A crônica de Lima Barreto, escritor brasileiro, trata sobre os anúncios de um jornal.
Anúncios…anúncios
Quando bati à porta do gabinete de trabalho do meu amigo, ele estava estirado num divã improvisado com tábuas, caixões e um delgado colchão, lendo um jornal. Não levantou os olhos do quotidiano, e disse-me, naturalmente: – Entra.
Entrei e sentei-me a uma cadeira de balanço, à espera de que ele acabasse a leitura, para darmos começo a um dedo de palestra. Ele, porém, não tirava os olhos do jornal que lia, com a atenção de quem está estudando coisas transcendentes. Impaciente, tirei um cigarro da algibeira, acendi-o e pus-me a fumá-lo sofregamente. Afinal, perdendo a paciência, fiz abruptamente:
– Que diabo tu lês aí, que não me dás nenhuma atenção?
– Anúncios, meu caro; anúncios...
– É o recurso dos humoristas à cata de assuntos, ler anúncios.
– Não sou humorista e, se leio os anúncios, é para estudar a vida e a sociedade. Os anúncios são uma manifestação delas: e às vezes, tão brutalmente as manifestam que a gente fica pasmo com a brutalidade deles. Vê tu os termos deste: "Aluga-se a gente branca, casal sem filhos, ou moço do comércio, um bom quarto de frente por 60$ mensais, adiantados, na Rua D., etc., etc." […]
BARRETO, Lima. Crônica.
O termo em destaque é um vocativo, termo utilizado para identificar o interlocutor. Pode-se observar que há o uso desse mesmo termo na frase
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Resposta: "Você sabe, leitor, que os anúncios sempre enganam"
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Voce sabe leitor que os anuncios sempre enganam
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