A campanha sanitarista de Oswaldo Cruz
Para combater as doenças que assolavam a capital, o presidente Rodrigues Alves contratou o
médico sanitarista Oswaldo Cruz. O governo federal deu plenos poderes ao sanitarista, que possuía
recursos e funcionários para agir com todo o rigor no Rio de Janeiro.
Oswaldo Cruz combateu a peste bubônica com um grupo de 50 agentes sanitaristas que aplicavam
raticida e orientavam a população a recolher o lixo. Havia também um funcionário responsável pela
compra de ratos mortos. A prática da compra de ratos foi abandonada pelo governo, pois algumas
pessoas passaram a cria-los para depois matar e vender. Apesar disso, em geral as medidas deram
excelentes resultados, em pouco tempo, as epidemias de peste bubônica desapareceram da capital
federal.
Com o objetivo de combater a febre amarela, que atingia a cidade nos meses de verão, Oswaldo
Cruz organizou as “brigadas mata-mosquitos” para pulverizar inseticida em todas as casas e despejar
petróleo em águas paradas para matar a larva do mosquito transmissor da febre amarela.
Grupos de oposição protestavam contra a invasão das brigadas mata-mosquitos nas residências,
mas os protestos não tiveram eco na população diante dos resultados positivos. Em 1903, houve 469
mortes por febre amarela, em 1904, apenas 39.
Resolvido o problema das epidemias de peste e de febre amarela, restava a varíola, doença grave
que ocorria principalmente no inverno. A pedido de Oswaldo Cruz, em outubro de 1904, o Congresso
nacional aprovou a vacinação obrigatória contra a varíola.
A vacina antivariólica foi criada no final do século XVIII, e originalmente era produzida de vírus
retirados de vacas, o que deu origem ao nome, vaccina. Porém, apesar de relativamente eficaz, no início
do século XX a vacina ainda era vista com desconfiança por grande parte da população.
No Rio de Janeiro de 1904, os políticos e a imprensa de oposição ao governo iniciaram uma
campanha acirrada contra a medida. Afirmavam que a obrigatoriedade era uma violência contra a
liberdade e que a vacina provocava a varíola, ao invés de proteger contra ela.
O povo do Rio de Janeiro, cansado de tantas arbitrariedades, como o “bota-abaixo”, as “brigadas
mata-mosquitos”, o aumento do custo de vida e a falta de emprego, traduziu a sua insatisfação em uma
revolta.
A Revolta
No dia 10 de novembro de 1904, o povo
começou a quebrar calçadas e ruas, derrubar postes,
virar bondes e armar barricadas nas ruas do Rio de
Janeiro. Multidões percorriam as ruas, saqueando casas
de comércio e depredando redações de jornais que
apoiavam o governo.
A rebelião popular e espontânea foi vista por
alguns políticos de oposição como forma de derrubar o
governo e tomar o poder. Contudo, as forças armadas
permaneceram fiéis a Rodrigues Alves e aos poucos
retomaram o controle das ruas. Muitos populares
foram mortos.
Centenas de pessoas acabaram presas. Alguns
estudiosos afirmam que as autoridades aproveitaram a
vitória para remover os “indesejáveis” da cidade do rio
de Janeiro. Mendigos, líderes populares, jogadores de
capoeira, e “malandros” foram presos às dezenas. Sem
qualquer julgamento, grande parte dos detentos
terminou embarcada à força em navios que partiam
para os seringais amazônicos. Poucos sobreviveram à
viagem ou às duras condições da selva.
Bonde virado na praça da República, no Rio de
Janeiro, durante a revolta da Vacina. As empresas de
serviços públicos responsáveis pelos bondes,
geralmente estrangeiras, eram vistas como
exploradoras do povo e, por isso, costumavam ser
alvo da revolta da população. Foto de 1904.
Atividades
2 – Um dos grandes problemas atuais é a veiculação de notícias falsas, as chamadas fake News. No
entanto, a divulgação de notícias falsas não é algo novo, os meios pelos quais são propagadas é que são
hoje diferentes. Identifique, dentro do contexto da Revolta da Vacina, quais notícias falsas foram
veiculadas, quem foram os responsáveis pela veiculação e que objetivos tinham, e quais foram as
consequências dessa divulgação.
3 – Por que foi iniciada uma campanha sanitarista no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro? Do
ponto de vista de saúde, qual foi o resultado da campanha? Justifique sua resposta.
4 – A modernização autoritária do Rio de Janeiro prejudicou parte da população da cidade? Justifique.
5 - Alguns estudiosos afirmam que as autoridades aproveitaram a vitória para remover os “indesejáveis”
da cidade do Rio de Janeiro. Quem foi removido e o que aconteceu com essas pessoas? Você concorda
com a forma que o governo agiu nesse caso?
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Explicação:
eu achou porque começa estudar sobre
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