A alfabetização desenvolve-se no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e de escrita, isto
é, através de atividades de letramento, e este, por sua vez, só se pode desenvolver no contexto da e por
meio da aprendizagem das relações fonema-grafema, isto é, em dependência da alfabetização.
(SOARES, 2004, p. 14).
Pensando nas práticas de letramento, marque V para verdadeiro ou F para Falso:
( ) No trabalho com o letramento, é fundamental a criação de projetos interdisciplinares, sobretudo
porque ser um sujeito letrado vai muito além de saber ler e escrever.
() Uma das funções da educação é repassar todo o conhecimento construído socialmente ao longo da
história de modo que os sujeitos sejam capazes de atuar em sociedade de forma crítica.
( ) As disciplinas que apresentam uma similaridade, ou pontos de encontro, devem ser explorados em
sala de aula por meio de práticas interdisciplinares.
() As lacunas de letramento provocam um mal-entendido que só pode ser resolvido no contexto, ao
reconhecermos o objetivo que o produtor do texto tinha ao produzi-lo.
() Uma das atividades que pode colaborar com as práticas de letramento é o uso do jornal. O trabalho
com noticias enriquece muito o desenvolvimento do aluno, pois, a partir desse gênero textual, é possível
explorar muitos outros.
Assinale a opção correta:
A
O
V-V-V-F-V.
F-V-F-V-F
Soluções para a tarefa
Estão corretas as assertivas: 1, 2, 3, 4.
Acerca do processo de letramento, é de extrema importância que este seja desenvolvido por meio de práticas que estimulem distintas áreas do conhecimento dos indivíduos, como o que ocorre com o estímulo ao senso crítico, por exemplo.
Além disso, diferentes modalidades devem ser trabalhadas em conjunto, relacionando atividades de leitura, escrita, além de interpretação de texto por meio da transversalidade.
Resposta:
As práticas de letramento são práticas sociais e, portanto, dependem do contexto social e histórico. Em contextos de periferia, muitas crianças alfabetizadas participam de práticas de letramento institucionais para auxiliar os familiares não alfabetizados. Lília, uma menina de moradora de um bairro de periferia na cidade de Porto Alegre/RS, não está mais frequentando a escola pois se sente desmotivada com as notas baixas e os comentários dos professores sobre sua falta de higiene e cuidados com os materiais escolares. Quando questionados, os professores afirmam que Lília vem de um contexto "iletrado", pois a família não estimula práticas de letramento escolares.
Contudo, ao observar a rotina de Lília, percebemos que ela tem um grande prestígio dentro da sua comunidade. Por saber ler, escrever e fazer contas, Lília é responsável pelo controle da "caderneta" no mercado, por acompanhar os familiares mais velhos no posto de saúde e conversar com o médico, participar das reuniões pedagógicas na creche dos irmãos e primos mais novos e fazer a leitura das correspondências para os familiares e vizinhos analfabetos.
Por que, apesar de participar ativamente de tantas práticas de letramento, Lília fracassa na escola e é considerada iletrada pelos professores?
PADRÃO DE RESPOSTA ESPERADO
Algumas práticas de letramento são mais valorizadas pela escola enquanto outras são desconsideradas, tornando-se invisíveis. Por não conhecer as práticas de letramento de seus alunos fora do ambiente escolar, a escola fracassa em fazer uso desses conhecimentos na construção de novos conhecimentos que possam alargar ainda mais seu repertório de práticas letradas.
As crianças de contextos mais privilegiados economicamente são geralmente "treinadas" para as práticas esperadas/valorizadas pela escola. Desde muito pequenas, aprendem a manusear cadernos, livros, canetas, etc. Até mesmo o tipo de interação que os familiares têm com essas crianças é uma maneira de prepará-las para a vida escolar - muitos pais fazem perguntas, cujas respostas são conhecidas, para testar o conhecimento dos filhos: "Que horas são?" "Dez horas". "Muito bem!". A escola é desenhada para esse perfil de criança e tem dificuldade de se redesenhar para receber crianças com perfis diferentes, que é o caso da maior parte das crianças no Brasil. Formar professores atentos à realidade dos alunos e abertos a conhecer suas práticas de letramento é um início importante na reformulação do ensino.
Explicação: