Matemática, perguntado por vivianegrazielly, 6 meses atrás

6- Justifique a seguinte filosofia educacional de Paulo Freire:​ alguém me ajuda por favor

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Respondido por mariaisabel9964
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Resposta:

Durante sua campanha à presidência em 2018, Jair Bolsonaro afirmou que, para a melhoria da educação brasileira, seria necessário “expurgar a ideologia de Paulo Freire” das escolas. Alguns políticos e apoiadores do governo acreditam que a pedagogia do educador representa uma tentativa de “doutrinação marxista”. Já os defensores do pedagogo afirmam que essa é uma leitura equivocada da filosofia freireana e que, se sua metodologia de ensino tivesse de fato sido aplicada no Brasil, o sistema educacional do país seria mais eficiente.

Mas afinal, quem é e o que diz Paulo Freire? Porque sua filosofia está sendo tão debatida atualmente? Como ele é visto internacionalmente? Seu método foi realmente aplicado? O que dizem os que o criticam e os que o defendem? Vamos entender tudo isso nesse texto!

Paulo Freire foi um educador e pedagogo pernambucano que ganhou atenção na década de 1950. Ele recebeu o título de patrono da educação brasileira em 2012 e foi o brasileiro mais homenageado da história por títulos de Doutor Honoris Causa (título de doutor concedido por causa de honra por universidades a pessoas eminentes, que não necessariamente sejam portadoras de uma graduação acadêmica, mas que se destacaram em determinada área). O educador recebeu 48 desses títulos de universidades brasileiras e estrangeiras, além de ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 1995 e ganhar o prêmio de Educação para a Paz da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e Cultura (UNESCO) em 1986.

Professor de língua portuguesa, Freire aplicou, em 1963, um método próprio de alfabetização em Angicos, cidade do interior do Rio Grande do Norte. O projeto foi um sucesso, conseguindo alfabetizar 300 adultos em um tempo muito curto (45 dias), partindo do conhecimento prévio que essas pessoas já possuíam. Por conta dos resultados eficazes, o governo brasileiro — que estava realizando as Reformas de Base — aprovou a multiplicação dessa primeira experiência em um Plano Nacional de Alfabetização.

A experiência de Freire foi financiada também pelo governo estadunidense, com a Aliança para o Progresso, com o objetivo de promover a alfabetização pois, dessa forma, acreditavam estar combatendo o avanço do comunismo no Brasil.

Em 1964, meses após a implementação do Plano Nacional de Alfabetização, a ditadura militar extinguiu o projeto pois enxergou na filosofia freireana um risco de revolta, já que Freire acreditava na educação como ferramenta de transformação social e como forma de reconhecer e reivindicar direitos. Freire foi preso por 72 dias, sob a acusação de traição e foi exilado do país, ficando 16 anos fora do Brasil.

Em 1969, foi professor visitante na Universidade de Harvard e atuou no Departamento de Educação do Conselho Mundial de Igrejas, em Genebra, onde trabalhou por 10 anos com projetos de ação educativa em mais de 30 países — dos europeus aos africanos —, podendo colocar em prática sua filosofia e voltando-se às classes mais pobres. Mais tarde, foi professor universitário na Unicamp e na PUC-SP.

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