4. O que você faria para melhorar a vida das comunidades extrativistas da Amazônia?
Soluções para a tarefa
Resposta:
é necessário um conjunto de acoes que garantam as condicoes mínimas de sobrevivencia e garantia de direitos sociais comoe ducacao, saude, habitacao digna e saneamento básico, além de promocao de educacao ambiental e conscientizacao dos ganhos com a preservacao ambiental, além disso é necessário capacitacao apra gerracao de renda sem impacto ambiental.
Explicação:
Resposta:
Os povos e comunidades extrativistas são encontrados em todo o Brasil. O extrativismo é uma característica comum a muitas comunidades diferentes, como os castanheiros, piaçaveiros e coletores de flores sempre-vivas, entre outros. Para muitos, a extração (ou coleta) define seu modo de vida, de produção e é a base de sustento financeiro de toda a comunidade.
Enquanto parte dos povos e comunidades tradicionais se autoidentificam diretamente com o produto principal extraído (coletores de mangaba, piaçaveiros, cipozeiros, isqueiros, andirobeiras, quebradeiras de coco babaçu, etc), outra parcela destes povos, cuja vida gira em torno da extração de uma diversidade de produtos, se entende como população extrativista de forma mais ampla.
Em quase todas essas comunidades, a atividade de extração está ligada a uma economia mais ou menos diversificada, com a plantação de roças, criação de pequenos animais para venda ou subsistência, caça e pesca.
As atividades extrativas são determinadas por um conjunto de fatores que se correlacionam, como os ciclos naturais da espécie extraída e do bioma onde é realizada, além da ação humana direta sobre o ecossistema onde a espécie está inserida. As formas de se explorar os recursos naturais são determinadas por fatores como o grau de desenvolvimento das forças produtivas, formas de organização social e características culturais das comunidades extrativistas. Sendo assim, um grau maior de inovação tecnológica está menos ligado à degradação causada pela atividade do que os aspectos culturais e contextos específicos das comunidades. São exemplos dessas características culturais a produção comunitária e familiar, regida por um conjunto de valores e crenças próprios de cada comunidade.
“Assim, o bioextrativismo das populações tradicionais pode ser definido como a intervenção, na biota dos ecossistemas naturais, pelo homem (componente da biota), baseada na racionalidade da reprodução familiar/comunitária e sobredeterminada por seu universo cultural, fundado na simbiose prática e simbólica com a natureza.” 1
São identificadas na literatura pertinente ao tema três formas de extrativismo: mercantil-capitalista, comunitária e pequena produção familiar. A primeira forma de extrativismo está ligada à exploração estritamente comercial e à lógica empresarial, enquanto as demais formas são exercidas por pequenos produtores camponeses e por povos e comunidades tradicionais. Há também três tipos principais de extrativismo realizados por comunidades tradicionais: animal, vegetal e marinho. Eles estão ligados à natureza do produto coletado e ao meio onde este se encontra.
A atividade extrativista, conforme previsto por alguns especialistas, acabou se extinguindo em diversas regiões por conta do esgotamento da fonte de extração, pela destruição dos ecossistemas ligados a ela e pela ameaça às culturas tradicionais que baseiam-se nesta atividade econômica. Em outras regiões, sofre ameaças reais à sua continuidade, mas ainda persiste em muitos ecossistemas brasileiros, como no caso da castanha, mangaba, iscas de peixe, piaçava, etc., sendo nesses casos uma das possibilidades de reprodução social das populações rurais, em que o extrativismo se faz presente em complemento à caça, agricultura e pesca dentro de arranjos variados e em sua maioria utilizando-se de técnicas de manejo de baixo impacto.
O argumento defendido por alguns estudiosos de que o extrativismo leva à necessária extinção das espécies coletadas acabou sendo superado pelo fato de inúmeras comunidades se manterem por centenas de anos e até hoje em função desta atividade sem o esgotamento do item, além da valorização e reconhecimento da importância do saber tradicional de diferentes populações e culturas para a conservação da biodiversidade e dos produtos extraídos.
Dentro dessa lógica se delineou o termo neoextrativismo, que entende o extrativismo como sendo um conceito mais amplo do que a mera coleta de recursos naturais, se relacionando com os aspectos culturais, sociais, políticos, econômicos e produtivos de quem realiza a extração, sob a lógica da sustentabilidade com a finalidade de melhoria produtiva com mínimo impacto ambiental. Se trata de agregar técnicas e conhecimentos tendo em vista a melhoria dos processos produtivos, de forma a elevar o nível de renda e de qualidade de vida das comunidades extrativistas. Se dá por meio da incorporação de progressos técnicos de baixo custo e impacto, aliado a novas formas de realização da extração e aos processos de cultivo, extração, beneficiamento e comercialização dos produtos.