3. Qual comparação o autor faz entre o ser humano e a mosca, entre a razilo humana.
o fato de a mosca voar?
Soluções para a tarefa
Resposta:
Desde 1902, quando o francês Georges Méliès (1861-1938) em seu curta-metragem Uma viagem à Lua[1] levou seis aventureiros à Lua em uma cápsula disparada por um canhão, o cinema vem representando a ciência, o cientista, e seus papéis na sociedade, contribuindo para a criação de uma percepção pública que algumas vezes venera a ciência, outras se assusta com ela.
A ciência no cinema cria, ao mesmo tempo em que pode destruir; também é apontada como solução, ou problema. As novas tecnologias trazem em geral a dupla promessa do bem e do mal. Assim como nas obras literárias de ficção científica, no cinema, os filmes tendem a narrar a dissolução das fronteiras entre o humano e o não-humano, entre o fato e a ficção, o visível e o invisível, interrogando, ao mesmo tempo em que instigam, o espectador sobre o que é o humano, quais são os limites da ciência. A ciência representada no cinema indaga sobre o lugar do homem no mundo, relacionando subjetividade, desenvolvimento tecnocientífico e futuro.
O físico Marcelo Gleiser[2] escreveu em sua coluna semanal no jornal Folha de São Paulo, em um artigo em que discutia a relação entre a ciência e Hollywood, que existe uma relação dual entre o imaginário e o real, que é inspiradora não só para os que vão ao cinema, mas para os que fazem ciência e vão ao cinema. Afinal, se a realidade muitas vezes é mais estranha do que a ficção, esta também pode motivar a nossa compreensão do real. A ficção científica parece tornar-se a ficção da atualidade.[3]
Já no século XIX surgem histórias sobre viagens no tempo, aventuras em planetas distantes, novas tecnologias de transporte (balões e submarinos) e de comunicação (rádio), máquinas inteligentes, experimentos biológicos com animais e homens, entre outros temas. Julio Verne (1828-1905), em seus livros, imaginou viagens no fundo do mar feitas por submarinos. Hoje, esses “sonhos” viraram realidade.[4]
No entanto, é importante que se enfatize que cinema é diversão e, portanto, permite-se que a ficção científica assuma em suas formas de representação algumas liberdades científicas. Recentemente o debate em torno dessas liberdades se acendeu após o lançamento do filme O dia depois de amanhã (2004), no qual a Idade do Gelo ocorre em uma semana em vez de décadas ou centenas de anos, o que parece ter irritado alguns cientistas mais ortodoxos. Da mesma forma, no filme de Méliès, a aceleração de um tiro de canhão potente o suficiente para levar pessoas à Lua as mataria quase que imediatamente. Ou seja, a ciência no cinema é “inventada” para criar um enredo emocionante.
Mas para um produtor de cinema a questão da ciência não é prioritária. Seu interesse é tornar o filme o emocionante e explosões te, justamente esse papel, mesmo que cientificamente se saiba que elas não fazem barulho no espaço, já que para existir ruído é necessário um meio material que transporte as chamadas ondas sonoras. Qual seria a graça se uma grande espaçonave explodisse sem fazer um barulho sequer?
Independentemente da prioridade com a qual o cineasta trata a ciência, algumas produções são extremamente cuidadosas e procuram dar ao filme uma veracidade dita científica. Assim acontece em A mosca, em que a equipe de produção pesquisou diversas variedades de moscas, para escolher uma, a Calliphora vomitra, maior que a mosca caseira, a partir da qual a aparência de Seth Brundle, o cientista que se funde com a mosca, seria construída, muito embora ele deliberadamente, segundo o seu diretor, não se assemelharia a nenhum inseto conhecido, com a maquiagem apenas sugerindo aspectos de inseto, mas conservando a forma humana.
A imagem do cientista
Mas quem e como é o cientista representado no cinema de ficção? O químico Doc, da série De volta para o futuro, é o exemplo típico do cientista que passa a dominar as telas do cinema a partir dos anos 80, sobretudo nas produções dos estúdios Disney. É um cientista excêntrico, distraído, mas bonzinho, ou, ainda, solitário, como a personagem Seth Brundle de A mosca (1986).
Título Original: The Fly
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1986
Estúdio: Brooksfilms
Direção: David Cronenberg
Roteiro: David Cronenberg e Charles Edward Pogue, baseado em estória de George Langelaan
Produção: Stuart Cornfeld
Música: Howard Shore