Geografia, perguntado por es7771266gmailcom, 6 meses atrás

3-Durante o exilio, Milton Santos lecionou aulas em vários países, cite-os​

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Respondido por dc6354827
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Resposta: Milton foi preso e enviado para o 19º BC, no Cabula. Em junho, na véspera de São João, devido a um inicio de um derrame, foi levado ao hospital e depois solto. Nessa época, já recebera convites para trabalhar em universidades francesas, mas estava impedido de deixar o país. Importantes personalidades locais, sobretudo o cônsul da França na Bahia, Raymond Van der Haegen, intervieram junto às autoridades militares locais para negociar sua saída do país, após ter cumprido meio ano de prisão domiciliar. Assim, em dezembro, deixou o Brasil, partindo para a França, a convite da Universidade de Toulouse-Le Mirail (atual Universidade Toulouse – Jean Jaurès). Mais tarde, pela mesma universidade, receberia o título de Doutor Honoris Causa, o primeiro dos 20 que recebeu ao longo de sua vida. Milton achou que ficaria fora do país por seis meses, mas acabou ficando 13 anos.

De Toulouse, onde ficou por três anos, Milton Santos fixa-se em Bordeaux. Lá, entre os seus alunos, encontra Marie Hélène Tiercelin, que mais tarde viria a ser sua mulher, nos últimos quase trinta anos de sua vida e mãe de seu segundo filho, Rafael, nascido em 1977. De Bordeaux, onde fica durante um ano, segue para Paris, em 1968. Na capital francesa, leciona na Sorbonne e trabalha como diretor de pesquisas em planejamento urbano no Institut d’Étude du Développement Économique et Social (IEDES).

Permanece em Paris até 1971, quando se transfere para o Canadá, para trabalhar na Universidade de Toronto. Foi para os Estados Unidos, com um convite para ser pesquisador no Massachusetts Institute of Technology (MIT), onde trabalha com Noam Chomsky. No MIT prepara sua grande obra, O Espaço Dividido. Dos EUA viaja para a Venezuela, onde atua como diretor de pesquisa sobre planejamento da urbanização do país para um programa da ONU. Neste país manteve contato com técnicos da Organização dos Estados Americanos, o que facilitou sua contratação pela Faculdade de Engenharia de Lima, onde foi contratado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para elaborar um trabalho sobre pobreza urbana na América Latina.

Posteriormente, foi convidado para lecionar no University College London, mas o convite ficou apenas na tentativa, já que lhe impuseram dificuldades raciais. Regressa a Paris, mas é chamado de volta à Venezuela, onde leciona na Faculdade de Economia da Universidade Central. Segue, posteriormente para Tanzânia, onde organiza a pós-graduação em Geografia da Universidade de Dar es Salaam. Permanece por dois anos no país, quando recebe o primeiro convite de uma universidade brasileira – a Universidade de Campinas. Antes disso, regressa à Venezuela, passando antes pela Universidade de Colúmbia de Nova York.

Como podemos notar Milton Santos foi obrigado a sair do país devido à perseguição gerada principalmente pelos seus ideais revolucionários que iam contra o regime em vigor. Sempre se mostrou adepto as lutas sociais e acreditava que a globalização possuía aspectos negativos e positivos. Por um lado disseminava o consumismo desenfreado que se faz necessário devido à politica de mercado estabelecido pela economia mundial, porém Milton acreditava com muita convicção que a luta de classes e as reinvindicações sociais também seriam mais acessíveis para todos que se interessassem pelo assunto. Os 20 títulos de Doutor Honoris Causa recebidos mostram a luta do autor contra a alienação social imposta pelo ambiente econômico mundial.

Vale destacar que ele sempre acreditou que podemos e devemos lutar contra as imposições que nos afetam negativamente e que a ética e o senso comum precisa prevalecer acima de todos os aspectos. Não temos que acreditar que as formas-conteúdo do presente são inevitáveis, incontestáveis, mas que podem e devem ser recusadas e que este novo momento da revolução burguesa, marcada pelo globalização, será substituído por um outro, no qual predominará a solidariedade local, a solidariedade horizontal em substituição às verticalidades opressivas das empresas hegemônicas, quando a luta cotidiana do povo abrirá novos caminhos.

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