2) (Enade 2014) Os desafios da mobilidade urbana associam-se à necessidade de desenvolvimento urbano sustentável. A ONU define esse desenvolvimento como aquele que assegura qualidade de vida, incluídos os componentes ecológicos, culturais, políticos, institucionais, sociais e econômicos que não comprometam a qualidade de vida das futuras gerações. O espaço urbano brasileiro é marcado por inúmeros problemas cotidianos e por várias contradições. Uma das grandes questões em debate diz respeito à mobilidade urbana, uma vez que o momento é de motorização dos deslocamentos da população, por meio de transporte coletivo e individual. Considere os dados do seguinte quadro. Mobilidade urbana em cidades com mais de 500 mil habitantes Modalidade Tipologia Porcentagem (%) Não motorizado A pé 15,9 Bicicleta 2,7 Motorizado coletivo Ônibus municipal 22,2 Ônibus metropolitano 4,5 Metroferroviário 25,1 Motorizado individual Automóvel 27,5 Motocicleta 2,1 Tendo em vista o texto e o quadro de mobilidade urbana apresentados, redija um texto dissertativo, contemplando os seguintes aspectos: a) consequências para o desenvolvimento sustentável, do uso mais frequente do transporte motorizado; b) duas ações de intervenção que contribuam para a consolidação de política pública de incremento ao uso de bicicleta da cidade mencionada, assegurando-se o desenvolvimento sustentável.
Soluções para a tarefa
Antes de mais nada vamos interpretar o texto apresentado na questão, que apresenta dilemas sobre mobilidade urbana que priorize a qualidade de vida e não prejudique futuras gerações, isto é, uma mobilidade urbana sustentável. Assim apresenta uma tabela que possui dados sobre cidades que possuem mais de 500 mil habitantes e seus tipos de modais.
“Mobilidade urbana e consciência”
Desde o século XVIII o intenso processo de industrialização transforma todo um cotidiano e um estilo de vida tradicional, em vez de mãos e trabalho artesanal agora fábricas se alastram pelos centros fazendo com que muitos deixem seu estilo de vida e migrem para centros fabris. Esse contraste de mudanças trouxe novos dilemas sociais e novas tecnologias para satisfazer os desejos dessa população que deveria se locomover de um lugar a outro, logo, bicicletas, carros, ônibus e trens foram construídos para escoar a população todos os dias para o trabalho, como também possíveis viagens. Alterando assim toda uma compreensão de espaço e tempo, pois antigas distâncias diminuíram e o tempo se acelerou, fazendo antigos trajetos em menos tempo.
Essas novas tecnologias influenciaram e muito a formação das cidades e como seus habitantes lidam com o seu espaço e o carro se apresentou como uma forma confortável e eficiente para os problemas de locomoção para a cidade. Mas tal tecnologia se popularizou de forma absurda nos dias de hoje que acarreta numa intensa produção de gases prejudiciais à saúde e assim a qualidade de vida é deixada de lado em nome do conforto, mas que intensifica o estresse urbano com os grandes congestionamentos e prejudicando possibilidades de uma alternativa para as futuras gerações. Logo o incentivo por políticas de transporte alternativo se mostra essenciais para uma possibilidade de uma mobilidade urbana sustentável.
Na cidade apresentada vemos que que a bicicleta é a menos utilizada dentro dessa cidade, mas ainda assim se apresenta como responsável para implantação de uma mobilidade urbana que garanta o direito a cidade a todos. Logo políticas de conscientização para todos os indivíduos envolvidos no transito é essencial, mostrando de vez que o direito a cidade é algo que deve ser garantido e não relativamente possível quando for necessário, assim a bicicleta pode se apresentar como um meio que transpareça essa lógica de maneira visível e de maneira inteligível para todos. Junto com essas políticas de conscientização é necessária uma política mais firme de afirmação e controle, como a implantação de ciclovias em diversas vias para garantir visibilidade para as novas mobilidades, bem como a implantação de lugares com a finalidade de empréstimo e estacionamento de bicicletas, incentivando o uso do modal para pessoas que desejam se locomover por poucas distâncias ou que não possuem bicicletas.
Deste modo, repensar a cidade contemporânea e sua locomoção nos faz ir desde a construção dos centros urbanos do século XVIII e as multidões se locomovendo até os dias atuais e seus dilemas por uma cidade mais inclusiva e humana. Se no passado uma nova compreensão de tempo foi construída, é necessário que hoje construamos uma nova, mas que leve em consideração fatores de consciência histórica, ou seja, examinando condições do passado que nos fizeram o que somos hoje e assim podendo construir um desenvolvimento sustentável para o futuro.