10-Qual a diferença entre uma política bilateral da unilateral?
Soluções para a tarefa
O tema do multilateralismo e do unilateralismo na política mundial
é fundamental para uma abordagem adequada da “agenda latinoamericana de política exterior”. Os países latino-americanos, caracterizados
por sua fragilidade em termos de poder na estrutura de poder mundial,
estão limitados, em grande medida, no que se refere às suas margens de
autonomia de decisão internacional. Dependem da articulação de alianças
e das negociações internacionais, do funcionamento de foros, instituições
e regimes para poderem conseguir atingir alguns dos seus objetivos de
política exterior vinculados ao desenvolvimento e à sua segurança. Essas
possibilidades dependem, obviamente, da estrutura de poder existente,
do papel representado e da posição adotada pela potência principal.
Os Estados Unidos têm enfrentado, desde o final de 1989, o desafio
de encontrar uma forma para exercer a hegemonia global. A questão
central para a potência tem sido a maneira de resolver o tema da liderança:
Artigo
* Professor Titular de Relações Internacionais da Universidad Nacional del Centro da Província de
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mediante o uso do multilateralismo ou do unilateralismo, na medida em
que a agenda de política exterior norte-americana também se transforma
em função das mudanças globais e transnacionais.
De acordo com vários autores1, responder as demandas dessa nova
agenda supõe uma concepção mais ampla sobre o interesse nacional,
levando em consideração que são poucos os problemas atuais que
podem ser enfrentados unilateralmente e que a compreensão do papel
do multilateralismo favorece a legitimação do poder norte-americano.
A guerra contra o Iraque, em 1991, permitiu ao poder norteamericano recuperar a sua credibilidade e sepultar a “síndrome Vietnã”.
Possibilitou a revitalização da credibilidade dos Estados Unidos e, sobre
essa plataforma, Bush “pai” proclamou uma nova ordem mundial, baseada
nos princípios de uma oposição inalterável à agressão.
Segundo Ambrose e Brinkley2, a doutrina Bush foi criticada no seu
surgimento pelos analistas norte-americanos de política internacional,
para os quais a nação norte-americana se encontrava sob o domínio
de uma patologia, cuja essência era a nova atitude propensa ao uso da
força. De acordo com eles: “criamos uma anarquia e chamamos isso de
paz. Em nome da ordem fazem-se estragos. Permitimo-nos assumir um
papel imperial”. Em uma escala menor, a intervenção no Panamá já havia
revelado grande parte dessas características.
A política exterior norte-americana após o 11 de Setembro
Colocou-se em prática, a partir desses acontecimentos, uma
reformulação ultraconservadora da política, dotada de uma ampla estratégia
que abrangesse os âmbitos interno e externo. Em síntese, o que o império
começou a considerar foi a possibilidade de exercer a democracia ao tempo
em que tinha interesse em promovê-la, (ou impô-la) ao mundo.
No âmbito da sua política interna, o governo norte-americano
começou a motivar a instauração de um sistema de direito que prescinde