1. Releia o trecho abaixo extraído de "Menas".
a) Neste trecho Jout Jout expõe a posição de algumas pessoas que se recusam a entrar em determinadas discussões com quem comete que tipo de erro?
b) Para Jout Jout, isso faz sentido em uma discussão?
Soluções para a tarefa
Resposta:
a)R=Erros de português.
b)R=Não, pois ela acreditava que em uma discussão os argumentos valem mais.
Explicação:
Jout Jout se refere às pessoas que A) cometem erros fora da norma padrão ou culta da língua portuguesa, e para ela, se a pessoa comete tais erros, dizer isto é sinal de que esta pessoa não tem boa argumentação B) não faz sentido.
Preconceito Linguístico
Este trecho é parte da transcrição de um vídeo de 10 de dezembro de 2015 e lido fora de contexto pode ser de difícil interpretação.
A argumentação da autora, mesmo com muitos desvios da dita norma culta, é favorável à desmistificação do chamado "erro de português".
Para ela e para todo pesquisador da linguagem como Fiorin, Bagno, Berlinck, G.M.Cagliari, confundir capacidade cognitiva com competência linguística é além de um erro crasso, preconceito linguístico.
O preconceito linguístico se dá quando um sujeito X tem uma ideia preconcebida de sujeito Y, pelo fato de Y não se expressar na dita norma padrão, e, por isso "não é inteligente".
Falas clássicas destes que quase sempre não têm nenhuma formação na área, são:
- "Não se fala táuba, é tábua, seu Zé... como você e muito b..."
- "Não é pobrema, D. Maria, é problema, a senhora é pouco instruída, tem de voltar para a escola."
- "Não se escreve asar, mas azar, Joãozinho, você não sabe falar português." - sendo que no caso, Joãozinho errou a escrita, não a fala.
Estes ditos nos fazem refletir em quem é menos "inteligente": aquele que "erra" uma palavra, ou aquele que reduz toda a experiência de vida de uma pessoa a menos que zero, a minimiza e torna inválida dentro de uma argumentação qualquer pelo simples fato desta pessoa não falar o "português certo"?
Também deixam muito claro como estes sem nenhuma formação na área além de confundirem competências, confundem os usos da língua.
O texto de Jout Jout é transcrito da oralidade, traz as repetições, o famoso né - né, e vários outros desvios da "norma" segundo os pretensos defensores da "língua". No entanto, ele é muito coerente e apresenta uma ótima argumentação. Que diriam do texto? "Ah, ela é b...", etc.
O que estes desconhecem é que não existe norma padrão ou norma culta, o que existem são gramáticas de vários tipos, como as normativas e as descritivas. Estas servem para categorizar a língua e ditar as normas "corretas" e arbitrárias de seu uso, no caso das normativas; ou analisar o uso real da língua em diversos contextos e sugerir padrões, o que é feito pelas gramáticas descritivas.
As gramáticas não são livros de aritmética com fórmulas eternas, uma de suas finalidades é tentar conter a mudança muito rápida nas línguas, causada principalmente pela oralidade, pois as línguas são sistemas em constante movimento.
Se a língua do povo, dita "errada", é uma corruptela do Português como pretendem alguns, podemos inferir então, que também o Português que falamos hoje é uma corrupção do Português de 100 anos atrás, que é muito diferente do atual tanto escrita quanto oralmente, e este, também é uma corrupção do Português falado no tempo do Brasil-Colônia, que é uma corrupção do Galego, já que desenvolveu-se deste, que é uma corrupção das línguas Galo-Ibéricas, que por sua vez, seriam uma corrupção do Latim...
Seguindo a lógica da "corrupção da língua", hoje possivelmente falaríamos no mundo todo... qual língua, já que existem vários ramos e estes se entrecruzaram nos tempos e ainda se entrecruzam nos dias de hoje? Já que vivemos em um país onde a religião predominante é de origem Semita, falaríamos... Fenício, Aramaico, Siríaco talvez? Ou Hebraico antigo?
Infelizmente nos dias atuais, não bastasse a disseminação de informação fragmentada e muitas vezes incorreta na internet, que gera a ilusão de que ela possui as respostas para tudo, temos como o maior propagador do preconceito linguístico, não os puristas, mas nossa velha conhecida, a TV.
Quem nunca assistiu algum programa de TV onde crianças que conseguem soletrar "desconjuntamento" de trás para frente são chamadas de "gênios", ou "super-inteligentes"?
Este ponto de vista que vai contra as evidências de pesquisas científicas no campo da linguagem, propagado pelo meio de comunicação que muitas vezes é o único acessível às populações mais carentes, ao invés de instruir quem precisa, desinforma e ainda minimiza aqueles que assistem e não se enquadram no perfil de "gênio" por não saberem soletrar de trás pra frente "desconjuntamento", cria preconceito entre iguais.
Este tipo de desinformação é o que vemos sendo vendido e aplaudido como entretenimento, não para o bem, nem para a instrução de quem precisa, mas para a supervalorização do mito de que a língua portuguesa é uma só, fato que engrandece certas classes sociais - que alias, sendo compostas de seres como a maioria de nós, "não inteligentes", também não conseguem soletrar de trás pra frente "desconjuntamento" - e também pelo óbvio fato de que esta habilidade não serve para nada, além de dar audiência às emissoras e propagar lendas e gerar desunião.
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