1- Observe o emprego do pronome me no oitavo verso e responda: quem é o "menininho" de que fala o eu lírico?
2- de que maneira se constroem as referências temporais desse poema?
3- em "fessora, eu posso ir lá fora?", encontramos uma fórmula usada socialmente, em algumas regiões, para evitar o uso de outras consideradas menos educada ou meio constrangedora. Qual seria?
4- que imagem é usada no poema traduz o prazer sentido pelo eu lírico ao sair para o espaço aberto e livre?
5- Que paisagem é construída no verso "somente ciumento"? de que forma se constrói essa referência?
6- O verso "agora não preciso pedir licença ninguém" expressa uma satisfação ou insatisfação? por quê?
7- Cada ocorrência de lá fora tem um sentido no poema. quais são elas?
8- Como você interpreta a imagem final, o "azul Irreversível" que persistem nos "olhos" do eu lírico?
Me ajudem porfavor
Soluções para a tarefa
Ao realizarmos análises aprofundadas acerca do conteúdo e da narrativa da poesia de Mario Quintana, podemos realizar determinadas inferências relacionadas à sua interpretação. Deste modo respondemos:
Questão 1.
O pronome pessoal "me" refere-se à primeira pessoa do singular. Assim, ao utilizar o emprego de tal termo, temos que o menininho, descrito pelo eu-lírico, diz respeito a ele mesmo, no decorrer de uma transição temporal.
Questão 2.
Conforme analisado na questão anterior, vemos uma transição temporal, na qual o poeta narra acerca de si mesmo quando criança, logo, um "menininho" e um momento mais adulto, sendo esta a fase temporal em que o eu-lírico se encontra atualmente, deste modo, cunha o pronome "me", referindo-se a si mesmo.
Questão 3.
Ao pedir para que vá lá fora, o aluno provavelmente estaria indicando que gostaria de tomar água ou ir ao banheiro. Todavia, utiliza-se dessa frase, mais apropriada, para não tornar tão exposto e constrangedor seu pedido por satisfação de suas necessidades.
Questão 4.
A frase "bebendo o vento azul" mostra que toda a satisfação fisiológica do aluno tornava-se suprida simplesmente com a tomada do ar. Assim, se sua necessidade era tomar água ou ir ao banheiro, já não tornava-se sua principal problemática, haja vista que se encontrava tragando e bebendo o vento azul.
Questão 5.
Somente cimento pode estar relacionada à uma imagem urbana e mais metropolitana e urbana. Relacionando as paredes de concreto que cercam uma fase mais adulta do eu-lírico, provavelmente, em seu ambiente de trabalho, que acabam transpondo a vista para o céu ou o acesso deliberado ao vento azul.
Questão 6.
Insatisfação. Embora o eu-lírico não necessite mais de uma autorização maior para seu acesso ao ambiente natural, o que lhe poderia resultar em boas perspectivas, a falta da necessidade de autorização se encontra também pelos fatores de não haver mais a paisagem, o que o decepciona e deixa-o frustrado.
Questão 7.
A ocorrência de mudança de ambiente. Ao explicar que apenas há cimento, torna-se notório que o eu-lírico encontra-se frente uma paisagem alterada pela manipulação urbana, substituindo a paisagem natural pela cinzenta de concreto.
Questão 8.
Há no eu-lírico um sentimentalismo guardado. Assim, mesmo que tenha ocorrido transformações ou sofrido mudanças mediante a todas as impactos industriais e urbanos causadas em seu ambiente, o azul do céu ainda se encontra guardado e capturado de modo irreversível nos olhos do narrador.
Bons estudos!
1. O "menininho" é o próprio eu lírico, que relembra a sua infância, o passado.
2. As referências temporais são construídas por meio de pronomes e advérbios:
- aquele - refere-se ao passado;
- agora - refere-se ao momento atual, ao presente.
Poema de Mário Quintana
3. Trata-se da expressão "ir lá fora", usada para pedir para ir ao banheiro.
> Essa expressão é usada para evitar fazer esse pedido de forma direta, o que poderia ser constrangedor.
4. É a imagem presente no verso "bebendo o vento azul", que sugere o prazer do eu lírico ao ir para fora da sala e desfrutar da paisagem natural.
5. O verso "somente cimento" constroi uma paisagem monocramática, onde predomina o cinza das construções.
> Essa referência e constrói pela referência ao cimento e pala repetição do fonema /s/, que sugere algo monótono.
6. A princípio, pode-se pensar em satisfação, pois o eu lírico não precisaria mais se submeter a nenhuma autoridade.
Mas, depois, pode-se pensar em insatisfação, já que o objeto do desejo do eu lírico (a paisagem natural) não existe mais, logo a presença da figura da autoridade não ameaçaria mais.
7. Sentido da expressão "lá fora":
- 1ª ocorrência - sentido literal, pois refere-se à posição externa ("fora da sala de aula");
- 2ª ocorrência - sentido figurado, pois se refere a algo externo ao eu lírico, que está fora de si, da sua interioridade.
8. Resposta pessoal.
> Sugestão: É provável que o "azul irreversível" seja a imaginação aflorada, o encantamento pela vida, o prazer na experiência, elementos comuns à maioria das crianças.
Mais sobre esse poema em:
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