1) O texto acima é do gênero?
a) crônica
b) artigo de opinião
c) reportagem
d) conto
e) propaganda
“Sabia que a luz elétrica, no Brasil, existe apenas de uns 100 anos pra cá?” Essa foi a
pergunta que meu professor de violão clássico me fez no meio de um blecaute
demorado – culpa de um gerador queimado por algum raio – que fez com que a aula
tomasse outro andamento, totalmente improvisado, mas não menos proveitoso. Não.
que é viver sem computador, eu também já nasci dependendo da luz elétrica para tudo
o que faço. Não me imagino sem o banho quentinho, o refrigerante gelado, o
computador, o abajur e tantos outros vícios de conforto que nem percebemos que só
existem por causa da eletricidade. É certo que, em tempos de racionamento,
lembramos o tempo todo de reduzir seu consumo, mas, ficar totalmente sem ela,
jamais.
rádio ou na televisão. Duvido também que no friozinho matinal alguém se atreva a
tomar um banho gelado. E eu, confesso, não deixo de ligar meu secador de cabelo
nem de usar a internet, e me recuso a sair com a roupa amarrotada... A energia
elétrica, realmente, é essencial. Mas, além dos benefícios da luz, a pergunta do meu
professor me fez pensar em como as pessoas de 100 anos atrás viviam.
que parece impossível para nós elas tiravam de letra. A paciência e o tempo eram
muito maiores. E o romantismo também. Para se mandar uma carta, era preciso
escrever à mão, levar ao correio, esperar, esperar, esperar até o destinatário receber,
resolver responder, ir ao correio, esperar outro tanto e, aí sim, descobrir o que ele
pensou do que você quis dizer. Hoje em dia, o assunto já estaria ultrapassado depois
de toda essa espera.
permitem esse luxo. Agora tudo é feito por e-mail, e, assim que ele é enviado, já
queremos receber a resposta. Para se enxergar à noite, era necessário usar velas e
lampiões. As pessoas se recolhiam mais cedo, conversavam mais e passeavam sob a
luz da lua, sem medo da violência, que deve ter nascido na mesma época da
eletricidade.
praça...Talvez por isso as pessoas de antigamente tinham mais aptidão musical.
Desde cedo eram incentivadas a “fabricar a música”, ao contrário de hoje, em que já a
encontramos pronta em qualquer estação de rádio. Tudo é
costume. Até alguns anos atrás, eu vivia perfeitamente sem computador e celular.
esqueceram da tranquilidade de uma noite realmente escura. Quando a luz finalmente
voltou, minha aula já tinha acabado. Reacostumar com a claridade foi bem mais difícil
do que me adaptar à falta dela. Os olhos arderam, as pessoas deixaram de ser
espontâneas, o romantismo das velas sumiu. Talvez esses 100 anos de claridade
o bem que a ausência dela faz. O melhor é usar a desculpa do racionamento, apagar
todas as luzes e mudar o andamento da vida, antes que um clarão mais forte ofusque,
irreversivelmente, a nossa visão. E nos faça esquecer que o improviso de uma vela
pode iluminar bem mais...
Soluções para a tarefa
Resposta:c reportagem
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O texto é do gênero:
A) crônica
A crônica é uma modalidade jornalística, ela é uma narração menor do que um livro, mas é maior do que uma simples narração em um texto, geralmente é veiculada em jornais impressos, mas ganhou novo formato no meio digital.
Além do jornal, é possível veicular uma crônica em redes sociais, vídeos no youtube, radio e outros meios de comunicação, até mesmo no formato de podcast é possível difundir uma crônica.
As crônicas podem servir de base para a escrita de um livro, poema, filmes, series ou peças teatrais, já que são criativos, curtos e possuem muitos detalhes.
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Texto abaixo:
Na literatura e no jornalismo, uma crónica ou crônica é uma narração curta, produzida essencialmente para ser veiculada na imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal ou mesmo na rádio.
Blecaute “Sabia que a luz elétrica, no Brasil, existe apenas de uns 100 anos pra cá?” Essa foi a pergunta que meu professor de violão clássico me fez no meio de um blecaute demorado – culpa de um gerador queimado por algum raio – que fez com que a aula tomasse outro andamento, totalmente improvisado, mas não menos proveitoso.
Não. Eu nunca tinha pensado nisso. Assim como as crianças do século XXI não sabem o que é viver sem computador, eu também já nasci dependendo da luz elétrica para tudo o que faço. Não me imagino sem o banho quentinho, o refrigerante gelado, o computador, o abajur e tantos outros vícios de conforto que nem percebemos que só existem por causa da eletricidade.
É certo que, em tempos de racionamento, lembramos o tempo todo de reduzir seu consumo, mas, ficar totalmente sem ela, jamais. Duvido que algum torcedor fanático deixe de acompanhar o Brasileirão no rádio ou na televisão. Duvido também que no friozinho matinal alguém se atreva a tomar um banho gelado.
E eu, confesso, não deixo de ligar meu secador de cabelo nem de usar a internet, e me recuso a sair com a roupa amarrotada... A energia elétrica, realmente, é essencial.Mas, além dos benefícios da luz, a pergunta do meu professor me fez pensar em como as pessoas de 100 anos atrás viviam. Aposto que o que parece impossível para nós elas tiravam de letra.
A paciência e o tempo eram muito maiores. E o romantismo também.Para se mandar uma carta, era preciso escrever à mão, levar ao correio, esperar, esperar, esperar até o destinatário receber, resolver responder, ir ao correio, esperar outro tanto e, aí sim, descobrir o que ele pensou do que você quis dizer. Hoje em dia, o assunto já estaria ultrapassado depois de toda essa espera. E a falta de paciência e o excesso de ansiedade não mais permitem esse luxo.
Agora tudo é feito por e-mail, e, assim que ele é enviado, já queremos receber a resposta.Para se enxergar à noite, era necessário usar velas e lampiões. As pessoas se recolhiam mais cedo, conversavam mais e passeavam sob a luz da lua, sem medo da violência, que deve ter nascido na mesma época da eletricidade. Para se ouvir música, só se fosse ao vivo. Serenatas, saraus, bandas na praça...Talvez por isso as pessoas de antigamente tinham mais aptidão musical.
Desde cedo eram incentivadas a “fabricar a música”, ao contrário de hoje, em que já a encontramos pronta em qualquer estação de rádio. Tudo é costume. Até alguns anos atrás, eu vivia perfeitamente sem computador e celular. Agora, se passo um dia sem, me sinto assim. As pessoas começaram a usar e se esqueceram da tranquilidade de uma noite realmente escura.
Quando a luz finalmente voltou, minha aula já tinha acabado. Reacostumar com a claridade foi bem mais difícil do que me adaptar à falta dela. Os olhos arderam, as pessoas deixaram de ser espontâneas, o romantismo das velas sumiu.Talvez esses 100 anos de claridade noturna não tenham sido tão pouco assim, já que foram suficientes para esquecermos o bem que a ausência dela faz.
O melhor é usar a desculpa do racionamento, apagar todas as luzes e mudar o andamento da vida, antes que um clarão mais forte ofusque, irreversivelmente, a nossa visão. E nos faça esquecer que o improviso de uma vela pode iluminar bem mais...(PIMENTA, Paula. “Apaixonada por palavras”. Belo Horizonte: Ed. Gutenberg, 2015.)