1-Leia o poema de Fernando Pessoa
Mar Português
Ó mar salgado, quando do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
quando a alma não é pequena.
quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
responda:
Como o poeta descreve a aventura das grandes navegações?
Soluções para a tarefa
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Prezada,
A) A que oceano o poeta se refere quando diz “mar salgado”? Refere-se ao Oceano Atlântico, que possibilitou o caminho marítimo para os portugueses chegarem à África, à América e à Ásia.
B) Qual o assunto tratado por ele nesses versos? Trata da expansão marítima portuguesa e o papel pioneiro de Portugal nas grandes navegações a custo de muitas vidas dos marinheiros, de sofrimento de suas famílias (mães, filhos, e noivas).
C) O que ele quis dizer com “Quantas noivas ficaram por casar por causar para que fosse nosso, oh! mar!”?
Havia uma grande quantidade de pessoas que morriam nas grandes navegações devido às dificuldades de vários tipos, como a falta de locais seguros para reabastecer quanto à água e à comida, bem como as enormes distâncias dessas viagens, a falta de conhecimentos comprovados sobre os desafios do caminho (no início), a ocorrência de tempestades e zonas de calmaria (elas dificultavam a navegação utilizada nessa época, que era à vela), diminuindo muito a velocidade das embarcações; a ausência de mapas seguros e sinalizações também dificultavam a identificações de rochedos e outros perigos para os navios.
Além disso, as condições sanitárias nos navios das grandes navegações eram, verdadeiramente, horríveis. A água era armazenada em tanques, que, em pouco tempo, ficavam cheios de urina de ratos, insetos - como baratas-, dentre outras coisas. Enfim, como você deve imaginar, quem bebia dessas águas passavam por crises de disenteria e outros graves problemas estomacais.
A solução era utilizar bebidas alcoólicas para se hidratar, como o vinho e o rum (por isso os piratas viviam meio bêbados de rum - era melhor estar alcoolizado do que doente).
A comida não era menos ruim. Normalmente, o que se comia era biscoitos de trigo e centeio, geralmente mofados devido à má conservação, e com cheiro de xixi de ratos, meio comido pelas baratas e gorgulhos (carunchos). Havia também carne salgada. Os capitães e comandantes embarcavam alguns animais, como galinhas, cabras, e porcos. Normalmente, eles eram consumidos logo no início da viagem.
Devido também à falta de vitaminas (frutas e legumes quase não eram consumidos durante as viagens), havia muitas doenças, como o mal-das-gengivas, que resultavam no apodrecimento das gengivas.
Assim, a alimentação nessas viagens eram extremamente ruins para os padrões hoje. Entretanto, devido à falta de geladeiras e técnicas adequadas de conservação, os europeus consumiam alimentos estragados com frequência, mesmo quando estavam em terra.
Obviamente, quando encontravam terras, eles buscavam reabastecer, de modo a continuar com a longa viagem.
Um dos relatos mais dramáticos dessa situação está no livro "História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens, Nus e Cruéis Comedores de Seres Humanos, Situada no Novo Mundo da América, Desconhecida antes e depois de Jesus Cristo nas Terras de Hessen até os Dois Últimos Anos, Visto que Hans Staden, de Homberg, em Hessen, a Conheceu por Experiência Própria e agora a Traz a Público com essa Impressão", publicado em 1557.
Nessa obra, o Hans Staden relata haver passado dois meses comendo apenas farinha de mandioca até chegar na Europa.
Em alguns casos, a situação piorava quando encontravam zonas marítimas de pouco vento, de modo que o navio, praticamente, ficava imóvel. Nesses períodos, as provisões poderiam acabar, dando margem à situações de caçar os ratos do navio, bem como até mesmo de canibalismo.
Resumindo: a viagem era cheia de perigos, até mesmo quanto à alimentação e à água a serem consumidos durante a travessia do Oceano Atlântico. Nesse sentido, para que os portugueses desenvolvessem os mapas com os caminhos mais seguros no oceano muitos marinheiros morreram, de maneira que muitas noivas que os aguardavam não conseguiram casar.
Apesar das dificuldades, houve um fortalecimento de Portugal, prevalecendo a análise econômica de John Evelyn, realizada ainda no século XVI, "Quem controla o Oceano, controla o comércio do Mundo; quem controla o comércio do Mundo, controla a riqueza do Mundo; quem controla a riqueza do Mundo, controla o próprio Mundo".
Bons estudos!
A) A que oceano o poeta se refere quando diz “mar salgado”? Refere-se ao Oceano Atlântico, que possibilitou o caminho marítimo para os portugueses chegarem à África, à América e à Ásia.
B) Qual o assunto tratado por ele nesses versos? Trata da expansão marítima portuguesa e o papel pioneiro de Portugal nas grandes navegações a custo de muitas vidas dos marinheiros, de sofrimento de suas famílias (mães, filhos, e noivas).
C) O que ele quis dizer com “Quantas noivas ficaram por casar por causar para que fosse nosso, oh! mar!”?
Havia uma grande quantidade de pessoas que morriam nas grandes navegações devido às dificuldades de vários tipos, como a falta de locais seguros para reabastecer quanto à água e à comida, bem como as enormes distâncias dessas viagens, a falta de conhecimentos comprovados sobre os desafios do caminho (no início), a ocorrência de tempestades e zonas de calmaria (elas dificultavam a navegação utilizada nessa época, que era à vela), diminuindo muito a velocidade das embarcações; a ausência de mapas seguros e sinalizações também dificultavam a identificações de rochedos e outros perigos para os navios.
Além disso, as condições sanitárias nos navios das grandes navegações eram, verdadeiramente, horríveis. A água era armazenada em tanques, que, em pouco tempo, ficavam cheios de urina de ratos, insetos - como baratas-, dentre outras coisas. Enfim, como você deve imaginar, quem bebia dessas águas passavam por crises de disenteria e outros graves problemas estomacais.
A solução era utilizar bebidas alcoólicas para se hidratar, como o vinho e o rum (por isso os piratas viviam meio bêbados de rum - era melhor estar alcoolizado do que doente).
A comida não era menos ruim. Normalmente, o que se comia era biscoitos de trigo e centeio, geralmente mofados devido à má conservação, e com cheiro de xixi de ratos, meio comido pelas baratas e gorgulhos (carunchos). Havia também carne salgada. Os capitães e comandantes embarcavam alguns animais, como galinhas, cabras, e porcos. Normalmente, eles eram consumidos logo no início da viagem.
Devido também à falta de vitaminas (frutas e legumes quase não eram consumidos durante as viagens), havia muitas doenças, como o mal-das-gengivas, que resultavam no apodrecimento das gengivas.
Assim, a alimentação nessas viagens eram extremamente ruins para os padrões hoje. Entretanto, devido à falta de geladeiras e técnicas adequadas de conservação, os europeus consumiam alimentos estragados com frequência, mesmo quando estavam em terra.
Obviamente, quando encontravam terras, eles buscavam reabastecer, de modo a continuar com a longa viagem.
Um dos relatos mais dramáticos dessa situação está no livro "História Verdadeira e Descrição de uma Terra de Selvagens, Nus e Cruéis Comedores de Seres Humanos, Situada no Novo Mundo da América, Desconhecida antes e depois de Jesus Cristo nas Terras de Hessen até os Dois Últimos Anos, Visto que Hans Staden, de Homberg, em Hessen, a Conheceu por Experiência Própria e agora a Traz a Público com essa Impressão", publicado em 1557.
Nessa obra, o Hans Staden relata haver passado dois meses comendo apenas farinha de mandioca até chegar na Europa.
Em alguns casos, a situação piorava quando encontravam zonas marítimas de pouco vento, de modo que o navio, praticamente, ficava imóvel. Nesses períodos, as provisões poderiam acabar, dando margem à situações de caçar os ratos do navio, bem como até mesmo de canibalismo.
Resumindo: a viagem era cheia de perigos, até mesmo quanto à alimentação e à água a serem consumidos durante a travessia do Oceano Atlântico. Nesse sentido, para que os portugueses desenvolvessem os mapas com os caminhos mais seguros no oceano muitos marinheiros morreram, de maneira que muitas noivas que os aguardavam não conseguiram casar.
Apesar das dificuldades, houve um fortalecimento de Portugal, prevalecendo a análise econômica de John Evelyn, realizada ainda no século XVI, "Quem controla o Oceano, controla o comércio do Mundo; quem controla o comércio do Mundo, controla a riqueza do Mundo; quem controla a riqueza do Mundo, controla o próprio Mundo".
Bons estudos!
pissaialorena1:
Obrigada você me ajudou muitissimo
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