História, perguntado por joaodabola, 9 meses atrás

1 fale sobre o fim da escravidão 2 cite alguns exemplos sobre a resistência dos escravizados 3 o abolicionismo foi um movimento favorável à escravidão ?

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Respondido por beatriz545468
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Resposta:

1 A campanha cívica que pôs fim à escravidão no Brasil contou com a participação de vários setores da sociedade brasileira, à exceção dos grandes proprietários de terra - como os cafeicultores paulistas, que certamente perdiam com o fim da mão-de-obra escrava. É o que conta o historiador Marco Antonio Villa na entrevista que segue.

Como começou o movimento abolicionista do Brasil?

O abolicionismo foi um produto da década de 1880. Até então, o que havia eram tentativas emancipacionistas que queriam a extinção gradual do trabalho escravo, enquanto os abolicionistas desejavam a abolição total e imediata da escravidão.

Antes da lei áurea, a escravidão vinha perdendo força, não?

Sim. O primeiro golpe na escravatura foi a abolição do tráfico negreiro, ocorrido depois de 40 anos de pressões britânicas, através da lei Eusébio de Queirós, de 1850. Para os escravocratas, isso criou o problema de manter o trabalho compulsório sem o constante fluxo de mão-de-obra proveniente da África, devido à alta taxa de mortalidade entre os cativos causada pelas longas jornadas de trabalho, epidemias, castigos corporais e péssimas condições de alimentação e habitação.

Como os escravocratas resolveram esse problema?

Com o tráfico interprovincial. Entre 1850 e 1885, cerca de 150 mil a 200 mil escravos foram vendidos pelas províncias nordestinas para o sul cafeeiro. O comércio interprovincial aumentou devido à demanda sulista, mas também devido à crise da lavoura açucareira nordestina e os efeitos da seca de 1877-1879, que obrigou a venda de escravos em larga escala, acabando por se transformar em uma fonte de renda alternativa para a debilitada economia da região.

2 A face mais conhecida da resistência à escravidão foram as revoltas que visavam à conquista da liberdade, sobretudo no século XIX, quando essa luta foi fortalecida. A resistência à escravidão, porém, não acontecia somente visando à liberdade, mas foi frequentemente utilizada como forma de corrigir os excessos de tirania de senhores e feitores.

Os escravos organizaram-se de diferentes maneiras contra a escravidão, e existiram as revoltas violentas que resultavam no assassinato de senhores e feitores, nas fugas coletivas ou individuais, na recusa em realizar o trabalho, na criação de mocambos e quilombos etc. No século XIX, muitos escravos começaram a procurar autoridades – como a polícia – para denunciar abusos praticados por seus senhores.

A revolta de africanos nos navios negreiros era comum e, por isso, eles eram intensamente monitorados.

A revolta de africanos nos navios negreiros era comum e, por isso, eles eram intensamente monitorados.

A primeira demonstração de resistência dos africanos já se manifestava no embarque deles nos navios negreiros. Os primeiros dias dos africanos aprisionados nos tumbeiros eram os mais perigosos para os traficantes. Por isso, a refeição nos primeiros dias era deliberadamente distribuída em porções menores. A fome era utilizada como arma para controlar os africanos.

Os traficantes também possuíam outros escravos em sua tripulação que eram utilizados como intérpretes. Esses escravos intérpretes falavam os idiomas nativos de muitos povos africanos e, assim, alertavam os traficantes caso ouvissem algum rumor de revolta. Quanto mais próximo da costa, maior a possibilidade de os escravos rebelarem-se.

Os estudos conduzidos pelos historiadores apontam que os africanos eram mais resistentes à escravidão do que os crioulos, porque muitos dos povos africanos escravizados possuíam um histórico recente de envolvimentos com a guerra, como foi o caso dos nagôs e haussás. Mas é importante dizer que os crioulos também se rebelavam contra a escravidão, apesar da menor incidência.

A seguir, nós veremos algumas práticas de resistência utilizadas pelos escravos no Brasil

3 A abolição da escravatura aconteceu no Brasil em 13 de maio de 1888 e foi uma conquista tardia — uma demonstração do conservadorismo das elites brasileiras. A aprovação da Lei Áurea, por sua vez, foi resultado do envolvimento popular com a causa da abolição. Ao longo das décadas de 1870 e 1880, o movimento abolicionista cresceu e pressionou o Império para que a escravidão fosse abolida no país.

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