1) Explique resumidamente os motivos e a extensão do conflito europeu chamado Guerra dos Trinta Anos
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Resposta:
Explicação: O início da guerra ocorreu na “defenestração de Praga”, em 23 de maio de 1618. Nesta ocasião, três representantes do imperador Fernando II, da Casa Habsburgo, foram lançados pela janela de um palácio ao tentarem impor o fechamento da assembleia dos estados em Boêmia. Meses depois, Fernando II conseguiu derrotar os rebeldes, mas a sua decisão de abolir o compromisso da liberdade de culto – estabelecido ainda em 1555 na chamada Paz de Augsburgo - intimidaria muitos príncipes alemães protestantes e os seus aliados na Europa, como a Suécia, Dinamarca e Holanda, principalmente após a ocupação da região do Palatinado pelas tropas do imperador, em 1621.
em 1629, quando o Sacro Império Romano retomou todas as terras concedidas aos protestantes desde 1555 ao promulgar o Édito de Restituição, é que o confronto ameaçou atravessar as fronteiras do Sacro Império e tornar-se um conflito generalizado. Logo no ano seguinte, o rei sueco liderou um exército numa invasão ao Império, iniciando uma fase mais favorável à causa protestante que duraria até a morte do próprio rei na batalha de Lutzen, em 16 de novembro de 1632.
Outra fase surgiria quando a divisão religiosa do conflito fosse atenuada pela entrada da França católica na aliança contra o Sacro Império Romano, em 1634, por motivos puramente geopolíticos. Somando mais de 100.000 soldados para a aliança protestante, a causa anti imperial devastaria e pilharia as terras germânicas o suficiente para fazer com que, em 1641, o novo imperador – Fernando III – tivesse que começar a fazer concessões significativas, como anular o Édito de Restituição promulgado por seu pai. Uma vez que a principal aliada do Sacro Império Romano, Espanha, enfrentava rebeliões em Catalunha e Portugal, estando impossibilitada de fornecer auxílio, as condições para a negociação da paz já foram possíveis a partir de 1645. Os tratados de paz, chamados em seu conjunto de Paz de Vestfália, já estariam sendo assinados em 1648, muito embora Espanha e França ainda continuassem em seus próprios conflitos até 1659. Do ponto de vista político, a Guerra dos Trinta Anos alterou por completo o eixo da Europa: enquanto a influência da Casa Habsburgo decaiu significativamente, a entrada decisiva da França já na parte final do conflito estabeleceu a base da supremacia absolutista de Luís XIV, o Rei Sol, principalmente após a paz favorável com Espanha em 1659. O fim da Guerra dos Trinta Anos, assim, pode pôr em prática um “equilíbrio de poder” entre as potências europeias que duraria mais de dois séculos.