1-Explique de forma detalhada sobre os conflitos na Libía
Soluções para a tarefa
Após o fim da Guerra Civil Líbia, que derrubou Muamar Gadafi, ocorreu na Líbia um conflito armado com envolvimento de várias milícias e as novas forças de segurança do Estado. As milícias incluem guerrilheiros, grupos pró-Gadafi, islamitas e milícias que lutaram contra Gadafi, mas se recusaram a depor as armas quando a guerra terminou em outubro de 2011. De acordo com alguns líderes civis, estas últimas milícias passaram apenas a atrasar a entrega de suas armas para afirmar ativamente um papel político continuando como "guardiões da revolução". Algumas das maiores e mais bem equipadas milícias estão associadas com grupos islâmicos agora formando partidos políticos.[20] Antes do fim oficial das hostilidades entre partidários de Gadafi e as forças da oposição, houve relatos de confrontos esporádicos entre milícias rivais, e ondas de assassinatos por justiceiros[20][21]
Em setembro de 2012, islamitas atacaram o prédio do consulado dos Estados Unidos em Bengasi, matando o embaixador estadunidense e outros três. Isso levou um clamor popular contra as milícias semi-legais que ainda estavam operando e resultou na invasão de diversas bases de milícias islâmicas por manifestantes[22][23] e a repressão em larga escala do governo, em seguida, às milícias não-governamentais sancionadas, com o Exército Líbio invadindo a sede de várias milícias então ilegais e ordenando-lhes a dissolução.[24]
Entretanto a situação da Líbia segue caótica[25], com o país parando inteiramente de produzir petróleo e o governo perdendo o controle de grande parte do país para grupos étnicos, políticos e religiosos que disputam poder no território líbio.[26][27] Essas milícias exploram o vácuo de poder fora de Trípoli e pressionam por uma maior autonomia regional, com grupos na região da Cirenaica e da Fazânia exigindo independência.[28]
O governo de Ali Zidan foi incapaz de lidar com o problema das milícias que lutaram contra Gadafi durante a guerra civil. Cada uma delas possui sua própria ideologia e cada grupo armado utiliza seu poder para conseguir impor suas demandas; estão no controle da segurança de cidades, no controle das fronteiras, na gestão dos centros de detenção e na proteção de instalações estratégicas do país.[29] Por vezes, o governo ainda teve que pagar às milícias para que desbloqueassem cidades e enclaves petrolíferos[30], e inclusive houve rumores da criação de uma força de elite para proteger o primeiro-ministro.[31] Todas estas medidas falharam e em 10 de outubro de 2013, o primeiro-ministro Ali Zidan seria sequestrado por uma milícia semi-oficial, a Sala de Operações dos Revolucionários Líbios, ligada ao Ministério de Interior, para obter dele uma “demissão voluntária” e tentarem tomar o poder no país. Algo que não aconteceu porque Zidan foi liberado horas depois após uma milícia pró-governo invadir o local onde ele estava sendo mantido.[32]
O problema da violência armada e do fracasso político, juntou-se a uma nova onda de manifestações, muitas delas de caráter liberal, que reivindicam resultados imediatos e o fim do Congresso Nacional, para dar lugar a um novo governo que fosse capaz de pôr um fim as milícias.[33] Neste contexto, uma segunda tentativa de golpe de Estado ocorreu, desta vez organizada pelos militares e supostamente coordenada por Califa Haftar, com o objetivo de criar este novo executivo e "devolver o país ao caminho da revolução".[34]
Já em 18 de maio de 2014, o edifício do parlamento foi invadido por tropas leais ao general Califa Haftar,[35] supostamente incluindo a Brigada de Zintane,[36] em um episódio que o governo líbio descreveu como uma tentativa de golpe.[37]