1.Eu mesmo realizei, há alguns anos, um estudo sobre as imagens do índio nos livros didáticos de História do Brasil. Estes livros têm importância fundamental na formação de uma imagem do índio, pois são lidos e, mais ainda, estudados por milhões de alunos. O primeiro papel que o índio representa é no capítulo do descobrimento. Ali, ele aparece como “selvagem”, “primitivo”, “pré-histórico”, “antropófago”, etc. Isto era para mostrar o quanto os portugueses colonizadores eram “superiores” e “civilizados”. O segundo papel do índio é no capítulo da catequese. Nele o papel do índio é o de “criança”, “inocente”, “infantil”, “almas-virgens”, etc., para fazer parecer que os índios é que precisavam da “proteção” que a religião lhes queria impingir. O terceiro papel é no capítulo “Etnia brasileira”. Se o índio já havia aparecido como “selvagem” ou “criança”, como iriam falar de um povo – o nosso – formado por portugueses, negros e “crianças” ou um povo formado por portugueses, negros e “selvagens”? Então aparece um novo papel e o índio, num passe de mágica, vira “corajoso”, “altivo”, cheio de “amor à liberdade”.
ROCHA, Everardo P. Guimarães. O que é etnocentrismo? Editora Brasiliense, 1988.
O trecho acima revela as visões etnocêntricas dos portugueses a respeito dos indígenas. Nesse sentido, a visão antropológica que se contrapõe a visão apresentada no texto é a de
A) cumenismo cultural
B) etnicidades
C) relativismo cultural
D)híbridismo cultiral
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Alternativa correta: Relativismo cultural
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