Question

1. Elabore umbrevehistóricodoracismonoBrasil.Paraistoénecessáriodiscutiroperíodopós-abolição.FoquenoconceitodeDemocraciaracialusadoporGlbertoFreyre;

Answer 1

No período pós-abolição a marginalização do negro persistiu na sociedade brasileira, dando-lhe liberdade jurídica mas sem nenhum respaldo estatal para suas condições sociais, políticas ou científicas que desmitificassem a ideologia racista proveniente do darwinismo social fortemente disseminado no século XIX. Pelo contrário, é neste momento que se formulam teses de branqueamento, com a lei Eusébio de Queiroz, a escravidão é condenada como empecilho para o desenvolvimento econômico e a imigração e consequente miscigenação seletiva europeia, remete à civilização e o progresso do país. Tal tese que se desenhava no final do século XIX é a da possibilidade de embranquecimento da raça. Alguns textos tomam os portugueses como um 'elemento de mistura' bem sucedido pelas miscigenações ocorridas na península ibérica que serviria como fato para considerar viável a hipótese de formação de um tipo histórico-racial brasileiro bem definido. Esta ideologia do branqueamento, embora fundamentada por cientistas e intelectuais da época tem profundas raízes populares, sendo ela própria a base da tese de ''democracia racial'' de Gilberto Freyre e da metáfora das 3 raças. Por conta da mestiçagem o debate sobre o racismo no Brasil é anulado, pois vivemos esta suposta democracia racial que na verdade esconde o projeto de embranquecimento da população com o qual esta miscigenação se deu. O Brasil do século XIX é visto como manchado pela mácula dos negros e índios sem levar em conta que a economia colonial foi sustentada pelos braços e suor de negros e índios. A sociedade portuguesa que por sua vez moldou a sociedade brasileira era rigorosamente hierarquica e ao decorrer do tempo essa hierarquia se mesclou ao estrutura da sociedade brasileira de um modo que não há necessidade de explica-la, pois as relações sociais são marcadas por um 'caldo' mais ou menos homogêneo, desde que ''cada um saiba o seu lugar''. O que segue acentuando o racismo velado enraizado na sociedade brasileira que está presente nas conversas cotidianas, nos quadrinhos, nos esteriótipos e provérbios populares, cujo caráter descriminatório é sistematicamente ignorado, não tomado como expressões do racismo e legitimando-se sob a máscara da miscigenação racial.