XIII
Certas palavras têm ardimentos; outras, não.
A palavra jacaré fere a voz.
É como descer arranhando pelas escarpas de um
serrote.
É nome com verdasco de lodo no couro.
Além disso é agríope (que tem olho medonho).
Já a palavra garça tem para nós um
sombreamento de silêncios...
E o azul seleciona ela!
BARROS, M. Concerto a céu aberto para solo de pássaros. Rio de Janeiro: Record, 1998.
O texto exemplifica a linguagem particular da poesia de Manoel de Barros, aqui centrada na
A associação lúdica entre forma e sentido.
B introdução do inusitado no repertório poético.
C tentativa de recriar o vocabulário tradicional.
D improvisação das imagens inspiradas na natureza.
#ProvaENCCEJA2018
Soluções para a tarefa
A poesia de Manoel de Barros faz o leitor assimilar semântica e conteúdo (A).
Manoel de Barros (1916-2014) foi poeta brasileiro nascido em Cuiabá, Mato Grosso. Além da paixão pela literatura, Manoel dedicou-se ao Direito. Contudo, publicou sua primeira obra (“Poemas Concebidos Sem Pecados”) em 1937.
Com uma literatura contemporânea, Manoel de Barros exprimia seus versos através de uma linguagem acessível, tendo como temática assuntos do quotidiano. Escrevia sobre a natureza e gostava dos neologismos.
O poeta tinha frases impactantes, como: "Tentei descobrir na alma alguma coisa mais profunda do que não saber nada sobre as coisas profundas. Consegui não descobrir". E seus poemas principais são: Face Imóvel , O Guardador de Águas e Memórias Inventadas I, II e III.
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