Você se dispõe a olhar, curioso, pela janela, durante sua viagem por esta vivência (Vida)? Partindo
desta nova perspectiva, quais as considerações que você tem a fazer sobre as proposições para sua vida
em, e a partir, de 2021?
ajudem ai
Soluções para a tarefa
Resposta:
Segundo Groppo (2000) a categorização é uma representação fabricada por
grupos sociais e pelos próprios agentes que vivenciam a situação categorizada. Não
há uma definição universal, porém relativa ao tempo histórico e cultural que os
indivíduos estão contidos. Vale destacar que para a Sociologia da educação, além das
semelhanças, as divergências são também consideradas nesse processo, por isso, é
preciso reconhecer que a classificação da juventude consiste em um problema
sociológico que requerer apreciação investigativa (SPOSITO, 1997). Constatou-se
que experiências de vida, circunstâncias econômicas e políticas que circundam os
jovens, noções de unidade e diversidade, homogeneidade e heterogeneidade, são
alguns entre tantos outros aspectos que permitem categorizar a juventude, bem como,
traçar concepções ao seu respeito. Simultaneamente, verificou-se que tal categoria é
sujeita a modificações ao longo do tempo, organizando-se em grupos/tribos em favor
de suas semelhanças e distinções. Nesse sentido, diferentes grupos compartilham
diferentes mapas de significações. Pais (1993), traçando concepções sobre a
juventude, salienta que os grupos juvenis podem ser configurados em dois sentidos,
os grupais e os geracionais. No primeiro, os signos corroboram para manter a
identidade e solidariedade de um agrupamento específico, no segundo, os signos por
serem geradores de características comuns ao coletivo, acaba por enfraquecer as
diversidades juvenis, prevalecendo os aspectos que formulam uma identidade única
ao coletivo.
Por sua vez, Bourdieu e Chartier (2012) afirmam que a condição pessoal do
sujeito está relacionada as condições exteriores, sendo as estruturas introjetadas pelos
agentes e exteriorizadas através de habitus. É extraordinário pensar que isso acontece
desde a tenra idade, o habitus é responsável por transformar o ser biológico em
indivíduo social. A posterior, representados em categorias, estes podem reproduzir
habitus de seu meio, bem como desenvolver novos. No caso da juventude, o habitus
orienta o modo como os jovens vivenciam a condição juvenil, pois mesmo
enquadrados em uma determinada categoria, os jovens exibem similaridades e
contradições em inúmeros fatores, provocando significativas e diferentes
organizações grupais. O ambiente escolar é um dos cenários sociais, cujos aspectos
elencados neste trabalho, materializados em habitus, se evidenciam. Contudo, temos
visto em pesquisas acadêmicas que neste espaço, o olhar lançado sobre os jovens
parte somente da condição de aluno, negligenciando suas subjetividades e
organizações grupais, (ARROYO, 2007). Antes de assumir esta condição, os jovens já
estabeleceram características pessoais que foram constituídas em outras relações de
socialização. Observa-se, também, que um dos elementos que contribui para o
desencontro entre os jovens e a escola está relacionado à incompreensão da
instituição escolar em relação a seus estilos de vida. A ideia de juventude que
frequentemente permeia o âmbito educativo, principalmente no ensino médio,
empobrece o tempo presente da categoria, em prol do avanço na formação e ingresso
ao mercado de trabalho. É fundamental ao processo de escolarização a valorização
das peculiaridades juvenis, os gostos e preferências culturais podem incidir em
instrumento promotor da aprendizagem formativa. Nessa conjectura, os jovens são
ouvidos e respeitados, conduzindo-os a uma relação positiva com a escola, o que, por
sua vez, possibilita a conquista de patamares mais elevados de formação tal como a
formação universitária.
A importância em preservar e reconhecer a diversidade da juventude, sejam
elas formativas, de escolarização, culturais, religiosas, etc., implica na possibilidade
de acesso e permanência no ensino superior de modo mais exitoso. Paralelamente, a
interação dos diversos modos de ser jovem na Universidade, geram
compartilhamentos e adesões a novas perspectivas, acrescentando outros aspectos às
identidades, além de novas exigências formativas e intelectuais. Assim, colocar em
discussão a concepção de categoria corrobora para o campo de conhecimento sobre a
juventude contemporânea, cujas discussões mostram o dinamismo das estruturas, já
que os jovens ao passo que as assimilam, também as transformam. Diante disso, é
urgente a produção científica para descontruir as formatações naturalizantes,
pleiteando uma realidade socialmente construída da juventude que respeite os
marcadores temporal e espacial em qualquer ambiente, principalmente na educação.