Artes, perguntado por gustavopr214, 7 meses atrás

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Respondido por armycrazyviciada13
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Resposta:

A arte está cada vez menos estática. Ao idealizarem suas respectivas criações, músicos, coreógrafos, cineastas e designers hoje dispõem de um amplo leque de novas possibilidades, fruto do trabalho de outros profissionais, como cientistas, desenvolvedores de softwares e pesquisadores. No caso da dança, a evolução dos recursos que mapeiam, corrigem e até sugerem movimentos tem contribuído efetivamente para a consolidação de novas propostas artísticas e formação de plateias.

Montagens que combinam artifícios virtuais, corpos humanos e mecânicos se multiplicam pelos palcos. Ano passado, o bailarino Fredrik Rydman escolheu um robô industrial para estar ao seu lado ao som da obra de Igor Stravinsky. A coreografia Våroffer, apresentada no Teatro Municipal de Estocolmo, na Suécia, impactou crítica e público.

Definir dança e tecnologia não é uma tarefa simples, uma vez que tanto a dança em sua contemporaneidade como a intervenção da tecnologia na produção artística são conceitos ainda muito recentes em termos históricos e, enquanto tais, ainda em construção. Existem, no entanto, diversas maneiras de detectar a relação da tecnologia com a dança, como são os casos da videodança, dança telemática, dança-computador (termo utilizado pela bailarina Analívia Cordeiro para definir uma pesquisa própria). No entanto, são apenas textos que tentam definir processos híbridos através de uma nomenclatura. Formas de classificar para facilitar a compreensão de quem lê ou se interessa sobre o assunto.

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Alguns pesquisadores tratam do tema da tecnologia como mediação, como é o caso de Ivani Santana em seu livro “Dança e Cultura Digital”, outros abordam de forma terminológica e classificatória, como fez Maíra Spanghero em “A dança dos encéfalos acesos”. No entanto, o que é comum àqueles que se arriscam a definir esse formato artístico é a resultante de um processo de contaminação entre tecnologia e arte. Diante dos sucessivos avanços tecnológicos, a facilidade de acesso ao uso de artefatos como câmera de filmar, computador e internet, possibilitou uma fácil utilização dessas ferramentas no processo de composição coreográfica.

Após algumas experiências dessa intervenção, o artefato deixou de ser apenas um meio utilitário e foi apropriado pelo artista como parte de sua obra, seja pela materialidade do artefato (objetos cênicos, estéticos, técnicos), seja pela relação entre as partes de forma simétrica. Ou seja, o próximo passo na intervenção da tecnologia com a dança, passou do uso utilitário para o uso estético. A tecnologia como corpo integrante do processo criativo, onde homem, máquina e objeto são atores da mesma rede que trama o fazer artístico, de maneira simétrica.

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