Geografia, perguntado por thainasilvarocha, 9 meses atrás

Você acha o povo brasileiro patriota? Justifique sua resposta

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Respondido por niqua206
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Resposta:

O patriota é aquele que ama seu país e procura servi-lo da melhor forma possível.

Mas cuidado com idéias ultrapassadas, que podem invadir sua mente neste exato momento. Na acepção contemporânea, esse cidadão é um ser pensante, não se submete a toscos fanatismos e está disposto a participar de mudanças que conduzam, de fato, a comunidade onde vive para um patamar de vida melhor.

crianças cantando o hino

Hoje, crianças aprendem patriotismo só na Copa do Mundo…

Nesse contexto, os símbolos nacionais de um país e seu significado histórico, especialmente a bandeira nacional e o hino que lhe corresponde, não são coisa do passado. Ao contrário, revelam muito da educação e do que vai na mente e coração de um povo e de sua capacidade, como nação, de trilhar um destino comum. O lema “ordem e progresso”, estampado em nossa bandeira, considerada uma das mais belas do mundo, evidencia o valor e o objetivo que os brasileiros abraçam com prioridade. Mas uma coisa é a teoria, outra, a prática.

Basicamente, só em temporada de Copa do Mundo o orgulho de exibir o verde-azul-amarelo vivos de nossa flâmula ganha os corpos, as mentes e os corações da brava gente brasileira.

Há, ainda, outras pedras nesse caminho: a letra do hino nacional é conhecida e cantada corretamente por pequena parcela da população. O governo também aboliu do calendário nacional a data comemorativa do Dia da Bandeira e nas escolas, do ensino fundamental ao superior, ninguém mais fala do significado e importância dos símbolos nacionais. Há repartições públicas que nem mesmo hasteiam a bandeira nacional e outras instituições privadas que o fazem, mas às vezes exibem, de forma inconsciente, mas desrespeitosa, bandeiras desbotadas pela ação do tempo.

Bandeira nacional, em período de Copa do Mundo, não raro vira estampa de peças íntimas ou roupas sumárias, em flagrante desrespeito aos símbolos da pátria.

“O orgulho nacional é para os países o que a auto-estima é para os indivíduos: uma condição necessária para o aperfeiçoamento. O patriotismo é uma forma de orientação política”, afirma o filósofo norte-americano Richard Rorty, professor de literatura comparada e filosofia da Universidade de Stanford e autor de vários livros – o mais recente deles, lançado no Brasil, é Ensaios Pragmatistas, publicado pela DP&A Editora.

Por aqui, os estudiosos do fenômeno são unânimes: o sentimento patriótico está em extinção no Brasil. E isso não é bom, pois sinaliza uma série de problemas.

Confusão com a ditadura

Para o jornalista e historiador Heródoto Barbeiro, da Rádio CBN e TV Cultura de São Paulo, circunstâncias históricas fragilizaram o sentimento patriótico em nosso país.“A ditadura militar se apropriou dos símbolos nacionais. Então, a oposição e quem era contra a ditadura rechaçaram completamente essas demonstrações cívicas”, explica Barbeiro.

herodoto e pinheiro pedro

Heródoto Barbeiro e Pinheiro Pedro nos estúdios da Record News

Perspectiva semelhante é da psicóloga social Nanci Gomes, da Universidade Metodista de São Paulo.

“Após a ditadura militar, ocorreu em nossa sociedade um movimento para abolir a expressão do nacionalismo e desvincular os símbolos nacionais do exercício da cidadania”, afirma Nanci.

O procurador de Justiça, Roberto Liviano, membro do Movimento do Ministério Público Democrático e secretário geral da Federação de Associações e Juízes para a Democracia da América Latina e Caribe, diz que a ausência de patriotismo é um fenômeno que vai além de nossas fronteiras e tem a ver com a febre do individualismo. “As pessoas deixaram de colocar o interesse coletivo como prioridade, fazendo prevalecer os interesses individuais”, aponta o procurador.

Educação

Um dos aspectos mais destacados pelos entrevistados foi a importância da educação no desenvolvimento de um genuíno comportamento cívico. Vale lembrar que, até meados da década dos 80, os então chamados cursos primário e secundário (atuais fundamental e médio) e até superior, de instituições de ensino público ou privado, tinham na grade curricular disciplinas como Educação Moral e Cívica ou Organização Social e Política Brasileira, cujo objetivo era promover o conhecimento e sentimento de patriotismo nos alunos desde tenra idade. Taxativo, o jornalista Heródoto Barbeiro diz que ressuscitar essas matérias não surtiria o efeito desejado.

“É hora de entendermos a expressão patriotismo sob o olhar da cidadania, e não de uma classe social, que se apropria disso e aqueles que forem contrários à sua perspectiva são tidos como anti-nacionalistas, anti-brasileiros e por aí afora”, comenta Heródoto.

“Se hoje estamos falando sobre a falta de patriotismo do povo brasileiro é porque essas aulas não deram certo. Esse não é o caminho. O patriotismo não é para ser imposto, mas sim conquistado pelas pessoas por meio de acesso a educação de boa qualidade, emprego, vida digna”, aponta o jornalista, enfatizando que é preciso manter essa questão longe do uso político.


thainasilvarocha: Resumo, cadea resposta hahahaha?
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