Vô sério
O vovô era um homem sério. Não carrancudo, mas sério. Tanto que os netos fizeram uma aposta: ganharia quem fizesse o vovô rir. O local da competição seria a mesa do almoço, aos domingos, quando toda a família se reunia, com a vovó numa cabeceira e o vovô na outra. Foram estabelecidas certas regras. Para ganhar, seria preciso provocar uma gargalhada no vovô. Um sorriso não bastaria. O objetivo era uma risada. Ou – para não haver dúvida do que se buscava – uma BOA risada.
Algumas dúvidas tiveram que ser esclarecidas, antes de começar a disputa.
– Cócegas, vale?
Ninguém imaginava que o vovô sentisse cócegas, mas, de qualquer maneira, cócegas foram vetadas. E anedota? [...] Decidiram permitir anedotas. Quem soubesse contar uma anedota tão bem que fizesse o vovô dar uma risada, uma BOA risada, [...] mereceria ganhar.
No primeiro domingo depois da aposta, o Marquinhos – segundo o consenso geral na família o mais palhaço dos netos – sentou-se à mesa fantasiado [...], fazendo ruídos e gestos [...]. Todos riram muito – menos o vovô. O vovô disse: “Muito engraçado, Marquinhos, agora tire essa roupa e coma direito”. Mais tarde o Marquinhos argumentaria que o vovô dizer “Muito engraçado” equivalia a uma risada, mas seu protesto foi ignorado. [...]
No domingo seguinte, o Eduardinho contou uma anedota. [...]
Todos riram muito – menos o vovô. [...]
Nas semanas seguintes, todos os netos tentaram, de um jeito ou de outro, fazer o vovô rir. Apelaram para mímica, imitações [...], números musicais, [...] tudo. E o vovô sério. Finalmente desistiram. E no último domingo aconteceu o seguinte: a vovó sentou-se na sua cadeira na cabeceira, depois de trazer a travessa de frangos da cozinha e colocá-la sobre a mesa – e caiu da cadeira. E o vovô explodiu numa gargalhada.
Uma BOA risada que não parava mais, enquanto a vovó era atendida e dizia que estava bem, que não tinha se machucado, que não se incomodassem com ela.
Depois houve controvérsia. Uns netos achavam que a vovó cair da cadeira tinha sido mesmo um acidente, outros achavam que a vovó tinha caído de propósito. Depois de tantos anos sabia o que faria o vovô rir e dera uma mãozinha para os netos.
(P121211H6) De acordo com o trecho desse texto “... tentaram, de um jeito ou de outro, fazer o vovô rir. Apelaram para mímica, imitações [...], números musicais, [...] tudo.” (8º parágrafo), os netos eram
concentrados.
desajeitados.
fingidos.
mimados.
persistentes.
Soluções para a tarefa
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Resposta:
na minha opinião os netos eram persistentes.
Pois eles sempre queriam fazer de um jeito ou de outro o vovô rir
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