Vivemos em um tempo de incertezas e crises profundas. Um olhar rápido sobre a juventude nos dá um termômetro da desesperança nesses dias de cenário nebuloso e contexto adverso. Paradoxalmente, estamos sob a égide da “constituição cidadã”. Aquela decantada em versos e prosas como o símbolo da redemocratização e o berço de uma nova vida cidadã.
Olhando os avanços e recuos da sociedade brasileira, podemos falar em ética e cidadania no sentido de assegurar a dignidade da pessoa humana e a justiça em todas as suas dimensões. Entretanto, a cidadania não emerge da letra. A letra precisa consignar-se na concretude do cotiiano. É mister desmontar labirintos, vencer armadilhas, ultrapassar vielas que perpetuam anos de servidão e submissão. A cidadania é uma conquista de homens e mulheres que, na base da sociedade, se mobilizam permanentemente no cuidado vigilante para que não se soneguem direitos de nenhuma pessoa.
Quando tratamos da ética, inevitavelmente reportamo-nos à política em razão do seu caráter de organização da vida em sociedade. Os filósofos observaram que o homem é um animal que vive na pólis. Em tal, é necessária sua organização de modo que se atinja ao bem comum almejado. Entretanto, a corrupção e o clientelismo minam o propósito da política como mediação da vida melhor para todos. Elas comprometem, inclusive, a cidadania, pois a torna somente uma formalidade da lei. Em todo caso, haveremos de pensar que cada pessoa deve dar conta de suas escolhas com conhecimento, liberdade e decisão. A isso chamamos de responsabilidade moral, implicando a forma com o sujeito está inserido na sociedade. A responsabilidade ética refere-se à própria condição humana e a forma como todos devem prestar conta consigo mesmo.
a) Após a leitura do texto e considerando os conteúdos estudados, responda:
1. Qual a diferença fundamental entre responsabilidade ética e responsabilidade moral?
2. Considerando a recorrência com que se tem falado em corrupção e clientelismo, no cenário político brasileiro, discorra acerca das relações entre ética e política.
3. É pertinente afirmar que a juventude vive um cenário de deseperança? Justifique.
Soluções para a tarefa
1 – A diferença entre responsabilidade ética e responsabilidade moral é definida pela moral estar ligada às crenças, aos costumes e aos valores de um grupo ou sociedade e a ética está relacionada aos valores e também às reflexões filosóficas.
2 – As relações entre a ética e a política brasileira não são fáceis de serem percebidas, visto que as mesmas, atualmente, apresentam antagonismos.
3 – Sim, a juventude vive um cenário de desesperança, pois qualquer partido que assuma o poder, somente se interessam no poder e no dinheiro.
Bons estudos!
Resposta:
Explicação:
A liberdade e a moral estão ligadas uma a outra, principalmente, pela prática dos conceitos os quais elencaremos abaixo: Através da consciência moral, temos a capacidade de utilizar o juízo, julgando uma determinada situação como correta ou não. Além disso, ao julgar como certa ou errada, temos o potencial de escolher, aquilo que será melhor para nós ou os indivíduos ao nosso redor. E por fim, ao entender sobre essa noção, devemos ter em mente que a liberdade é feita para todos desde que cumpram a consciência moral e a ética ao viver em sociedade. O cenário político brasileiro passa por momentos cada vez mais delicados diante de tantos escândalos noticiados diariamente pela impressa. Ocorre que, há muitos anos o povo brasileiro sabe como funciona a política neste país, bem como sabe também da falta de moralidade e ética de diversos políticos, porém com o passar dos anos toda e qualquer sociedade tende a evoluir (ainda que a passos lentos) e a população começa a entender que a política faz parte do seu cotidiano, ou seja, a política não é um fenômeno isolado. Muitos são aqueles que tentam explicar que o problema da política brasileira é uma questão de cunho histórico, no entanto, a história deve servir como parâmetro para que erros do passado não se repitam, tão somente isso. A história não pode ser usada para justificar uma grande quantidade de políticos que se acomodaram a ditar a política com base na falta total de moral e ética. Sim, pois a juventude vive um cenário de esperança porque independentemente dos partidos que sobem ao poder, todos eles querem apenas a mesma coisa: poder e dinheiro; nenhum governa verdadeiramente para o povo. Mencionar sobre a juventude é falar sobre um processo histórico existente, com choques e fusões culturais, valores morais e sociais internalizados. E uma parcela significativa da juventude acaba por ser vítima das desigualdades sociais, o que impede um salto qualitativo na empreitada frente a um futuro promissor. Com o avanço nas discussões e debates sobre os direitos da juventude, observa-se que não englobam a totalidade dos jovens, nem mesmo a superação dos preconceitos e discriminações raciais. Mesmo a universalização dos direitos não fora suficiente para alavancar todas as barreiras referentes ao preconceito racial, ao gênero e à localização, por este motivo, outras iniciativas são fundamentais nesse processo, ou seja, pode-se dizer que as relações com a juventude retratam os desafios presentes da sociedade acompanhados das indiferenças e desigualdades sociais. Esse processo de transição da proteção da infância à fase adulta, perpassa por vários processos, uma vez que os jovens estão localizados em contextos sociais e históricos diferentes, o que proporciona uma interpretação de mundo distintas. Há que se pensar que falar dos jovens atualmente, necessita-se de análises profundas, visto que a velocidade das informações e transformações é intensa.