Português, perguntado por fgamasantos2783, 1 ano atrás

Versos a um coveiro01Numerar sepulturas e carneiros,02Reduzir carnes podres a algarismos,03Tal ê, sem complicados silogismos,04A aritmética hedionda dos coveiros!05Um, dois, três, quatro, cinco... Esoterismos06Da Morte! E eu vejo, em fúlgidos letreiros,07Na progressão dos números inteiros08A gênese de todos os abismos!09Oh! Pitágoras da última aritmética,10Continua a contar na paz ascética11Dos tábidos carneiros sepulcrais12Tíbias, cérebros, crânios, rádios e úmeros,13Porque, infinita como os próprios números14A tua conta não acaba mais!Augusto dos AnjosPoema de Finados01Amanhã que é dia dos mortos02Vai ao cemitério. Vai03E procura entre as sepulturas04A sepultura de meu pai.05Leva três rosas bem bonitas.06Ajoelha e reza uma oração.07Não pelo pai, mas pelo filho:08O filho tem mais precisão.pág. 709o que resta de mim na vida10É a amargura do que sofri.11Pois nada quero, nada espero.12E em verdade estou morto ali.Vocabulário:Carneiros - criptas, subterrâneos sepulcrais Fúlgidos - brilhantesAscética - próprio do asceta, de quem se entrega a práticas espirituais, levando vida contemplativaTábitos - pobres, corruptosTíbias - ossos que constituem a pernaRádios - ossos que constituem o antebraçoÚmeros - ossos que vão do cotovelo ao ombroPai contra mãe (fragmento)01Houve aqui luta, porque a escrava, gemendo, arrastava-se a si e ao02filho. Quem passava ou estava à porta de uma loja, compreendia o03que era e naturalmente não acudia. Arminda ia alegando que o senhor04era muito mau, e provavelmente a castigaria com açoutes, - cousa05que, no estado em que ela estava, seria pior de sentir. Com certeza,06ele lhe mandaria dar açoutes.07— Você é que tem culpa. Quem lhe manda fazer filhos e fugir depois?08perguntou Cândido Neves.09Não estava em maré de riso, por causa do filho que lá ficara na10farmácia, à espera dele. Também é certo que não costumava dizer11grandes cousas. Foi arrastando a escrava pela Rua dos Ourives, em12direção à da Alfândega, onde residia o senhor. Na esquina desta a luta13cresceu; a escrava pôs os pês à parede, recuou com grande esforço,14inutilmente. O que alcançou foi, apesar de ser a casa próxima, gastar15mais tempo em lá chegar do que devera. Chegou, enfim, arrastada,16desesperada, arquejando. Ainda ali ajoelhou-se, mas em vão. O17senhor estava em casa, acudiu ao chamado e ao rumor.18— Aqui está a fujona, disse Cândido Neves.19— É ela mesma.20— Meu senhor!21— Anda, entra...22Arminda caiu no corredor. Ali mesmo o senhor da escrava abriu23a carteira e tirou os cem mil-réis de gratificação. Cândido Neves24guardou as duas notas de cinquenta mil-réis, enquanto o senhor25novamente dizia à escrava que entrasse. No chão, onde jazia, levada26do medo e da dor, e após algum tempo de luta a escrava abortou.27O fruto de algum tempo entrou sem vida neste mundo, entre os28gemidos da mãe e os gestos de desespero do dono.Machado dc AssisQuestão n° 06Considere as seguintes afirmações:I.Os textos tratam da temática da morte a partir de um mesmo ponto de vista, independentemente de pertencerem a diferentes escolas literárias.11.As composições poéticas são mais adequadas para o tratamento da temática emotiva da morte do que a composição em prosa, que costumeiramente privilegia a linguagem objetiva.pág. 9Prova Tipo AIII.O poema de Manuel Bandeira e o fragmento de Machado de Assis são marcados, particularmente, por uma visão irônica e conservadora da morte.Assinale a alternativa correta.a)Estão corretas as afirmações I e II.b)Estão corretas as afirmações II e III.c)Estão corretas as afirmações I e III.d)Todas as afirmações estão corretas.e)Nenhuma das afirmações está correta.

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Soluções para a tarefa

Respondido por Sabrinaalmeid4
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Olá,


e)Nenhuma das afirmações está correta.


As três retratam a morte, mas claramente as três não possuem a mesma visão sobre a morte, os poemas falam de como a morte pode ser encarada por nós e como isso pode ser alterado dependendo da visão da pessoa, de quem morre e de quem vive.


Assim também como a emoção pode ser sentida de diversas formas diferentes de serem escritas, se é prosa ou não. E os poemas mencionados também não possuem ambos uma visão irônica e conservadora da morte, são bem realistas e emotivos.

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