Ver é muito complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fá- cil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fo- ra aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física. William Blake* sabia disso e afirmou: "A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê". Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sin- to-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à fren- te de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito traba- lho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo. Adélia Prado disse: "Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra". Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema. Assinale a alternativa em que as vírgulas estão sendo usa- das pelas mesmas razões que são empregadas no trecho: Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés dian- te da sarça ardente. A) Se entrarmos em conflito, lutamos contra nossa consci- ência. B) O pródigo pode ser lastimado, mas o avarento é quase sempre aborrecido. C) A modéstia doura os talentos, a vaidade os deslustra. D) Os grandes e os sábios sorriem, os pequenos e os nés- cios gargalham. E) O velho calcula muito, executa pouco: a mocidade é mais executiva que deliberativa.
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A alternativa A) é a correta.
As vírgulas estão sendo usadas pelas mesmas razões que são empregadas no trecho citado, exatamente no trecho que fala: "Se entrarmos em conflito, lutamos contra nossa consciência".
Em ambos os trechos a virgula está servindo para separar a oração principal da oração subordinada adverbial que está inicial do período, é uma forma de organizar o período em suas devidas orações.
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