Ver a história meu amigo e um pintor
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Resposta:
O meu amigo pintor surgiu de uma encomenda feita por uma editora, a fim de
que Lygia Bojunga escrevesse uma história que acompanhasse nove telas abstratas de
Tomie Ohtake, uma famosa pintora japonesa naturalizada no Brasil. Tal fato é relatado
pela própria autora em Pra você que me lê, ao final do livro. A princípio, a autora
recusou-se a escrever o livro, pois já fazia tempo que não aceitava encomendas de
trabalho, mas resolveu ponderar e, antes de dar uma resposta negativa, afirmou que
pensaria sobre a proposta. O tempo passou, Lygia foi morar em Londres e recebeu o
prêmio Hans Christian Andersen (na época do anúncio da premiação, recebeu também
um telegrama que noticiava a morte de sua mãe, Margarida). Passado mais algum tempo
e pressionada pela editora, a autora decidiu olhar as telas e delas foram surgindo as
lembranças:
Elas arrancaram o nome do meu irmão que morreu (Cláudio);
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Anais do CENA. Volume 1, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2013.
arrancaram a lembrança de um amigo muito querido que se matou;
arrancaram lembranças de Petrópolis, de nevoeiros, de conversas nas
sombras das árvores;
lembranças da minha adolescência, quando me deixaram de coração
esborrachado...;
lembranças de amigos sofrendo perseguições na época da ditadura;
lembranças que iam se misturando, se impregnando das cores para
onde meu olho voltava sempre. (BOJUNGA, 2006, p. 95).
A história ficou pronta em menos de um mês, e foi publicada em 1987.
Primeiramente o livro foi lançado tendo como título 7 cartas e 2 sonhos, já que o
narrador, Cláudio, que também é personagem, por meio de sete cartas e dois sonhos,
relatava à pintora, Tomie Ohtake, o fim da vida de seu amigo pintor, que havia
praticado suicídio. Ao voltar ao Brasil e criar sua própria editora, a Casa Lygia Bojunga,
a autora alterou a forma de Cláudio narrar a sua história, já que agora a estrutura
aproxima-se mais de um diário do que de cartas, e mudou o título da obra, que passou a
ser O meu amigo pintor. Mais tarde a história foi adaptada para o teatro e venceu dois
grandes prêmios teatrais, o Molière e o Mambembe.
Explicação: