Vendo alguns retratos de quando eu era bebê no colo de pai ou mãe penso lembrar cheiros, o contato da pele, a força dos braços. Mas pode ser ilusão. Talvez a memória mais antiga seja aquela, aos dois anos, pouco mais. Calor, verão, só de calçãozinho curto. Deitada no assoalho de tábuas claras enceradas. Frescor de madeira contra pernas e peito. Espio embaixo de um móvel. Sempre aquela tentação de procurar o escondido. O desejo da surpresa e o desinteresse pelo evidente demais. Poeira e sombra. Movimento rápido, vento num rolo de poeira e fios. Vou descobrir, vou entender, vou tocar aquilo que se move e ali me chama. Algo cintila no escuro: um caco de vidro, um tesouro. Um olho me espiando? Eu sei, tenho certeza de que não é apenas um novelo de poeira e fios: está vivo e será meu. […] LUFT, Lya. Mar de dentro. São Paulo: Arx, 2002. Fragmento.
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A semelhança entre os textos consiste no fato de: b) apresentam sonhos dos narradores.
Os textos da questão se assemelham por ambos descreverem sonhos e também memórias sentimentais do narrador, que relembra algumas memórias de seu passado ou apenas de sua imaginação.
O texto menciona as atividades do dia-a-dia do narrador, ao observar os aspectos ao seu redor, como as pessoas da rua. Além de falar a respeito das supostas ilusões que o narrador descreve no texto, que ressaltam a sua imaginação desde a infância.
Em anexo acrescentei o complemento da questão.
Bons estudos!
Anexos:
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