Sociologia, perguntado por leandro1413, 10 meses atrás

Varios movimentos sociais surgiram nos paises latino-americanos a partir do século XXI. Dentre esses movimentos destacar seus do México. Bolívia e Equador, que buscavam alterar a relação entre o Estado e uma parcelanificativa da população, as comunidades​


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Respondido por paulohenriquecn
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Resposta:Reconfiguração dos sujeitos sociais

Como contrapartida, resultado dos processos de concentração da renda, da riqueza e dos recursos naturais que acompanharam as políticas neoliberais, novos movimentos sociais de base territorial – tanto no mundo rural como no espaço urbano – emergiram no cenário latino-americano. Eles se formaram, por exemplo, em relação à identidade étnico-cultural (os movimentos indígenas) e à carência (os chamados “movimentos sem”, tais como os sem-terra, sem-teto ou sem-trabalho). Ou, ainda, em relação a um habitat compartilhado (por exemplo, os movimentos de moradores de favelas).

Assim, o modelo de “reprimarização” econômica e a centralidade que nesse contexto assumiram os processos de reestruturação agrária tiveram como contrapartida a emergência de destacados movimentos de origem rural. Na mesma direção operaram a privatização e a exploração intensiva dos recursos naturais, que transformaram a vida de numerosas comunidades do campo. Esse foi sem dúvida um dos elementos distintivos da nova fase, particularmente protagonizado pelos movimentos indígenas, em especial no Equador, no México e na Bolívia.

Explicação:

Esses movimentos conquistaram uma forte influência em nível nacional e internacional, que transcendeu as reivindicações setoriais, e chegou a questionar tanto as políticas econômicas neoliberais, e a legitimidade política dos governos que as impulsionam, quanto a forma constitutiva do Estado-Nação na América Latina. Por exemplo, no caso equatoriano, o movimento indígena lutou pelo reconhecimento de um projeto político que, refletindo a reivindicação de um Estado plurinacional, procura garantir o autogoverno das diferentes nacionalidades indígenas. Sob uma reivindicação de autonomia ainda mais radical, a experiên­cia do movimento zapatista reclamou o reconhecimento constitucional dos direitos dos povos indígenas, parcialmente cristalizados nos chamados Acordos de San Andrés (1995), assinado entre os zapatistas e representantes do governo federal. A luta por esses direitos inspirou a “carava­na pela dignidade”, que percorreu boa parte do México nos primeiros meses de 2001 em protesto pelo cumprimento dos acordos. Soma-se a esse quadro a ação dos movimentos indígenas do Altiplano bolivia­no (e também, ainda que em menor medida, do lado peruano), assim como a ação dos chamados “movimentos cocaleiros” protagonizados pelos camponeses do sul do Peru e das regiões bolivianas dos Yungas e do Chapare, contra a política de erradicação do cultivo da folha de coca, exigida pelo governo norte-americano. A prolongada ação dos povos mapuches do sul chileno (particularmente corporificada na chamada Coordenadoria Arauco-Malleco) contra a apropriação de suas terras e a exploração predadora dos recursos naturais, como no vale do Cauca colombiano, é outro exemplo desse tipo de luta que parece desdobrar-se em toda a região latino-americana. Vale destacar também o impulso tomado a partir de 2002 pelos povos originários da América Central contra o Plano Puebla-Panamá (PPP), destinado a acelerar a penetração do capital e os investimentos transnacionais na América Central.

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