Português, perguntado por gersiane16, 9 meses atrás

Várias facetas do preconceito se manifestam na escola com mais frequência do que gostaríamos de admitir. Além disso, a escola é um lugar privilegiado para discutir a questão do preconceito e até para iniciar um trabalho com vistas a atenuar sua força. (...)
(...) No passado gostávamos de dizer que no Brasil não existia o preconceito, éramos uma ilha de tolerância num mundo intolerante, e que o brasileiro era cordial por natureza. Hoje não temos mais esta ilusão e começamos a perceber que o monstro da intolerância pode mudar de cara (ele tem mais de 12 faces), e pode estar ainda mais perto do que imaginávamos.
O preconceito e a própria discriminação (discriminação é o preconceito em ação) ganham terreno quando falamos da suposta inferioridade da mulher com relação ao homem, do velho com relação ao jovem, do índio com relação ao branco. Se a mulher tem menos força do que o homem, possui por outro lado mais resistência e vive mais. Além disso, do ponto de vista intelectual não há nenhuma diferença provada entre eles. Se o jovem tem a pele mais lisa e mais vigor, perde em experiência e em tolerância e mesmo o mito da criatividade exclusivamente juvenil pode ser questionado por homens que fizeram suas descobertas ou criaram suas obras já na velhice, como Goethe, Leonardo da Vinci e mesmo Albert Sabin.
Discriminamos os portadores de deficiências ao não cuidarmos de nossas calçadas (impedindo assim a passagem de deficientes visuais) e por não termos transportes coletivos adequados a deficientes físicos. De resto, cultivamos no Brasil uma história de preconceito social contra os pobres. As cidades são feitas para os automóveis e os pedestres continuam sendo desrespeitados, apesar das leis a seu favor que não pegaram.
Antes de afirmar que uma categoria social é assim, devemos ponderar se é realmente assim. Se uma característica, um comportamento qualquer, aparece com certa frequência em pessoas pertencentes a determinada raça, sexo, origem ou categoria social devemos ter o cuidado de não generalizar esse comportamento para o grupo como um todo e, sobretudo, indagar se essa característica realmente ocorre e, nesse caso, por que ocorre. Quando, por exemplo, vemos na televisão a presença de negros delinquentes temos a tendência, às vezes inconsciente, de transpor aquela condição para o segmento negro como um todo. Devemos estar atentos a essa maneira de proceder uma vez que, se há negros delinquentes, há também brancos delinquentes e, o mais importante, a delinquência não é uma característica dos negros. Por outro lado, imagens televisivas como as acima descritas, ou verdades preconcebidas deveriam nos fazer meditar sobre o assunto, em vez de nos fazer aceitar bobagens como verdades definitivas.
Tem gente que leva o preconceito na brincadeira, achando que piadinhas e gozações sobre as minorias não têm maior significado. Errado. Certo tipo de conversa de corredor falando da inferioridade dos negros e das mulheres, dos nordestinos e dos judeus, dos velhos, dos gordos, dos baixinhos e até dos jovens tem que ser levada em consideração e, muitas vezes, combatida com veemência, por ser falsa, sem base histórica ou biológica alguma. Acaba funcionando para marginalizar da prática da cidadania todos os que se enquadram em categorias definidas pelo preconceituoso como merecedoras do repúdio coletivo. Será que é assim que se forma uma nação verdadeiramente democrática?
1 - O texto lido é um texto de opinião com propósitos definidos. Com que objetivo o autor escreveu esse texto? *
2 pontos
A) com o objetivo de sensibilizar o leitor.
B) com o objetivo de somente narrar uma história.
C) com o objetivo de anunciar sobre um determinado produto.
D) com o objetivo de divulgar um fato íntimo.

Soluções para a tarefa

Respondido por ellenmari2020
3

a) objetivo sensibilitar o leitor


gersiane16: Valeu
Perguntas interessantes