Vamos pensar filosoficamente!
Fale sobre: Crer e conhecer.
Soluções para a tarefa
Resposta:
Quando fomos salvos, o Espírito de Deus entrou em nosso espírito humano. Assim, tudo o que Jesus fez e é foi unido ao nosso espírito, afinal “aquele que se une ao Senhor é um espírito com Ele” (1 Co 6:17). Mas, ao olhar para nossa experiência cristã, ainda não vemos essa realidade em plenitude. Ao comparar a vida que levamos e a vida que as escrituras dizem que deveríamos levar, há uma grande diferença. Por que tal diferença existe? Quais são os problemas que nos impedem de ter uma vida cristã à medida da estatura da plenitude de Cristo?
De maneira geral, podemos explicar essa diferença por meio de três aspectos: falta de conhecimento de Deus, falta de fé e falta de experiência (ou prática). Esses três aspectos estão totalmente interligados: é preciso conhecer, depois disso, crer e, então, praticar. Se não conhecemos, não temos fé; se não temos fé, jamais praticaremos.
CONHECER
Muitos jovens não praticam a palavra por não a conhecerem. Para esse grupo, a experiência com Deus se torna limitada e, consequentemente, a fé também é pequena. Eles não conseguem ter atitudes na vida cristã porque lhes falta conhecimento. Esse caso é muito comum quando se trata, por exemplo, de jovens que amam o Senhor, todavia não progridem espiritualmente porque não alimentam sua fé e experiências com o conhecimento a respeito da palavra de Deus.
A busca por conhecer o Senhor reflete em não estarmos acomodados em nossa realidade espiritual e desejarmos ir além da ajuda dos nossos líderes, complementando assim a obra divina em nós. Para isso precisamos de um coração adequado, que voluntariamente deseja conhecer e prosseguir em conhecer o Senhor. Além disso, é preciso reconhecer que sozinhos não conseguimos avançar e que, por isso, necessitamos não somente da ajuda de pessoas (membros do corpo de Cristo), como também da literatura cristã. Uma maneira simples de conhecer a Deus é ler a Bíblia.
CRER
Tão ruim quanto não conhecer é não praticar. Assim como é fácil, para os animais que estão na base da cadeia alimentar, sobreviver sem seus predadores, o conhecimento também sobrevive facilmente sem fé e sem prática. Esta é a condição de muitos cristãos. Por isso, temos que tomar o cuidado de não apenas ouvir, guardar e acumular um conhecimento bíblico, mas praticar. Todavia, entre as etapas de conhecer e praticar há um elo, uma ligação, uma verdadeira ponte: a fé.
Nossa fé objetiva (que se relaciona ao que cremos, ou seja, ao objeto da nossa fé) que está relacionada a conhecer, deve ser trabalhada para que nossa fé subjetiva (relacionada ao sujeito que crê, ou seja, nós em nossa ação de crer) que está relacionada a praticar. De certa forma, a fé em seus dois aspectos se confunde com o conhecer e o praticar; portanto, podemos dizer que é a nossa fé que torna o nosso conhecimento dos fatos de Deus em prática, em experiências, em algo vivo (Tg 2:17).
O problema relacionado à nossa fé é que realmente não sabemos como usá-la. Confundimos a fé com nossos sentimentos, com nossos desejos, com nossos sentidos e tentamos entendê-la por meio da mente. Isso tudo nos confunde muito em nossa jornada para o Reino e atrapalha nosso crescimento de vida.
Para resolver o problema da nossa fé temos que usar o órgão adequado: o coração. É com o coração que se crê (Rm 10:9-10). Não é com a visão, não é com a mente (compreendendo o passo de fé), não é com a vontade (desejando que algo se torne realidade) e nem mesmo com a emoção (sentindo que algo se tornou realidade).
Ao crer com o coração temos a certeza que o espiritual se torna realidade naquele momento, no lugar em que estivermos. Fé é certeza, é realidade (Hb 11:1). Por meio da fé cruzamos, saímos do abstrato e vamos em direção ao concreto, fazendo que tudo o que Deus é se torne realidade em nós.
Essa atitude de ter fé – a verdadeira fé, que não duvida – nos livra de orações incrédulas, ou seja, de orações sem fé (nas quais pedimos para o Senhor ser algo que Ele já é). Crer é receber, portanto, não precisamos pedir pelas coisas que Deus já é para nós, apenas agradecemos por já ter recebido (Mc 11:24).