Vamos ler algumas definições do gênero crônica.
É leve, despretensiosa como uma conversa entre velhos amigos, e tem a capacidade de, por vezes, nos fazer enxergar coisas belas e grandiosas em pequenos detalhes do cotidiano que costumam passar desapercebidos. (CENPEC. A ocasião faz o escritor, p. 20)
Ao escrever, os cronistas buscam emocionar e envolver seus leitores, convidando-os a refletir, de modo sutil, sobre situações do cotidiano, vistas por meio de olhares irônicos, sérios ou poéticos, mas sempre agudos e atentos.
[...] cronicar é pegar o fato, não importa se insignificante ou grandioso, e vê-lo assim de pertinho, singular, particular, único – mesmo que universal, dizendo dele o que um tem de dizer. [...] mais que registrar o acontecimento (como faz a notícia), ela [a crônica] trata é de enviesá-lo, apresentando a percepção particular de quem o viu e agora o aponta. O cronista é antes de tudo um comentador do mundo, grande e pequeno, que habita. (BRITTO, 2012, p. 40)
Se a crônica não é a notícia, tampouco é o conto (para comparar com outro gênero narrativo ligeiro): nela não importa o “desfecho” nem há a necessidade de uma “intriga”, isto é, de um fato original que motive a narrativa; tampouco importam tempo e espaço narrativos. (BRITTO, 2012, p. 40)
[O autor] deseja enredar o leitor, fazendo-o ver de outro modo algo que provavelmente já conhecia; afinal, os fatos são simples e se repetem e repetem na vida comum. E como já não há compromisso factual – não estou aí para documentar nada, dirá o cronista – a coisa evolui num prosear solto, de quem se permite (aparentemente) dizer sem precisar provar [...]. (BRITTO, 2012, p. 41)
O leitor sabe disso. Assim quando se dá o prazer de ler uma crônica, não espera encontrar aí as últimas e fatais notícias que abalam o mundo, tampouco imagina sair da leitura mais instruído ou o mais sabedor do universo. Espera apenas ter partilhado, no lapso da vida, de um sentimento inusitado, de uma percepção aguda e particular do comum da existência, uma indignação, um deboche, uma comiseração com qualquer coisa de único. (BRITTO, 2012, p. 41)
1. Com base nas definições que você leu, quais características chave distinguem a crônica da notícia.
2. E do conto- o que é um conto? E quais são suas características?
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1. As características chaves que diferenciam uma crônica de uma notícia é que os cronistas não têm uma preocupação em apresentar fatos que abalam o mundo.
Portanto os cronistas não tem uma preocupação em apresentar fatos do cotidiano que chamam a atenção. A crônica tem como objetivo apresentar um assunto do cotidiano de maneira leve, sem compromisso.
2. Os contos são narrativas curtas que apresentam apenas uma ação, isto é, geralmente acontece em apenas um ambiente, um espaço. Possuem desfecho, clímax.
Abraços!
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