Vamos ler agora o que Ortiz Camargo afirma sobre a leitura: “É mais uma experiência constitutiva da subjetividade, em seu esforço de apropriação da coisa poética”, pois “a memória do lido é um dos elementos a ser considerado como matéria de criação” (2008, p.99). Comente esses versos à luz de Ortiz Camargo: Onde queres comício, flipper vídeo, e onde queres romance, rock’n roll Onde queres a lua eu sou o sol, onde a pura natura, o inceticídeo E onde queres mistério eu sou a luz, onde queres um canto, o mundo inteiro Onde queres quaresma, fevereiro, e onde queres coqueiro eu sou obus.
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Os versos contém antíteses que deixam a música mais poética e melódica. Podemos perceber nesses versos que o amor do eu-lírico é quase impossível dando mais profundidade a letra da música.
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Ortiz Camargo refere-se a interpretação pessoal durante a leitura e nesses versos entende-se que o ser amado quer multidão (comício) e o eu-lírico quer solidão e quietude (flipper vídeo). Depois o ser amado quer cortesia e delicadeza (romance) e o eu-lírico agitação (rock’n roll), mais adiante um quer a noite e o outro o dia, um quer o perfume e o outro o veneno. Assim segue o jogo de contrários entre escuridão e luz, lugar pequeno e o mundo inteiro, purificação e carnaval, paz e guerra.
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