VALENDO 99 PONTOS !
PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE TEXTO:
O trecho abaixo foi extraído de uma crônica de Luís Fernando Veríssimo e sugere uma interessante situação narrativa. Leia-o com atenção e, a seguir, faça o que se pede.
“Um dia as duas fizeram um pacto. Se reuniriam dali a 20 anos naquele mesmo lugar. Acontecesse o que acontecesse, nenhuma podia faltar ao encontro. Mesmo que tivesse que vir de longe. Mesmo que estivesse morta! E selaram o pacto não com sangue, mas com chantili na testa, já que estavam numa sorveteria. Para não esquecer. Tinham 15 anos.
Vinte anos depois, uma mulher entrou numa locadora de vídeo e perguntou:
-Aqui não era uma sorveteria?
O funcionário não sabia, o dono disse que, quando comprara, a loja era um depósito. Sorveteria? Só se fosse há muito tempo. A mulher agradeceu e ficou olhando as fitas enquanto esperava. Era melhor que a outra não aparecesse, mesmo. Tinham se separado. Nunca mais tinham se visto. Que tipo de conversa poderiam ter?
-Eu? Não fiz nada! Não me formei, não namorei, não me casei, não viajei, nada. Estou com 35 anos e ainda não tive uma vida.
Já estava quase desistindo e indo embora, convencida de que a outra não apareceria, quando a viu entrar na loja.”
(VERÍSSIMO, Luis Fernando. Chantili. In: Histórias Brasileiras de Verão. Rio de Janeiro: Objetiva, 1999.)
PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE TEXTO:
*Sua tarefa narrativa é desenvolver a história do encontro das duas amigas, passados vinte anos do “pacto” que fizeram na antiga sorveteria. Mantenha o mesmo narrador (onisciente), o mesmo foco narrativo (3a pessoa) e procure desenvolver o seu texto a partir de uma perspectiva compatível com as características da personagem.
Soluções para a tarefa
Me perdoe por qualquer erro e se não gostar da narrativa, tentei dar o meu melhor...
Cabelos impecáveis, rosto perfeitamente maquiado e uma roupa de dar inveja a qualquer um, a mulher tirou seus óculos escuros e olhou ao redor do local até bater seus olhos na antiga amiga e um sorriso imenso lhe rasgar a face.
-Minha querida amiga! Há quanto tempo não te via- A mulher recém-chegada a cumprimentou. Andou na direção da outra e a esmagou num abraço apertado. A amiga quase deixou seus receios de lado quando sentiu aquele abraço que a fazia voltar no tempo. - Como tem passado minha querida? E o que anda fazendo? Há, tenho tanto para te contar, você nem imagina...
Ela continuava tagarelando sem parar e a mulher antes apreensiva teve que deixar um risinho escapar. Nisso ela continuava igualzinha a quando se conheceram.
-Bem Carla, acho que esse não é o melhor lugar para conversarmos. Vamos à pracinha ali perto sim? Pelo menos, por lá, as coisas ainda estão iguais.
As duas seguiram a pracinha e se sentaram num banco de madeira branca. Carla como sempre falava tudo o que podia e mais um pouco, tirando aos poucos o receio da outra. Contou de seus amores, desamores, amizades, trabalhos, experiências...mas, por incrível que pareça, uma hora cansou de falar só dela.
-E você Laura? Me conte sobre você. – Olhava para a outra com expectativa, apesar da vida agitada, nunca se esqueceu da velha amiga.
Viu Laura ficar tensa e com um olhar tristonho e quando ela voltou seus olhos para ela, aquela sensor que algo não estava bem com a amiga tocou no fundo da sua mente. A outra mulher suspirou e contou todos os seus dramas. Contou que nunca tinha saído da cidadezinha, que ainda trabalhava na loja do pai porque não passou na faculdade, que sempre tentava, mas nenhuns de seus relacionamentos davam certo, do medo que sentia a ver a velha amiga e dessa lhe esnobar. Desabafou como não fazia há anos, há vinte anos.
Carla abraçou a mulher e a consolou. E logo depois a deu um tapa leve no braço.
-Não admito que tenha pensado uma coisa dessas de mim, mas já que me contou tudo isso tenho uma confissão a fazer- Ela crispou os lábios- Minha vida não é tão perfeita como faço parecer. Eu tenho um ótimo emprego, mas não tenho tempo para mais nada. Meus relacionamentos mais longos duram até a manhã seguinte. Não converso com minha família há três anos e você é minha única amiga. Toda vez que viajo é só a trabalho, não consigo aproveitar o lugar. Minha vida não é nada legal.
Ela terminou com um sorriso no rosto ao ver a cara meio chocada de Laura que logo em seguida começou a rir. Carla se surpreendeu.
-Porque está rindo?
-Bem, pelo menos continuamos unidas, não é?
-Sabe de uma coisa Laura? Nós duas vamos sair desse lugar, você vai se formar e eu arrumarei outro emprego, vamos resolver nossas vidas. Puxa, já temos 35 anos, é hora de correr atrás do que queremos, não é?
Laura parou por um tempo e analisou a proposta. Correr atrás de seus sonhos? Ela já achava aquilo impossível, mas quando olhava para o rosto determinado da amiga sabia que nada seria impossível para as duas. Ela confirmou a proposta. E as duas passaram o resto do dia juntas, fazendo planos e mais planos para o futuro. Elas já tinham 35 anos? Não. Elas só tinham 35 anos e ainda restava muito tempo para viver e para continuarem sendo amigas.
Resposta:
Elas se encontraram, o que seria a reação das duas? Elas não se reconheceram, as jovens garotas de antes que tinham agora 35 anos estavam diferentes, mesmo não muito velhas estavam mais desgastadas com o tempo, a primeira mulher que entrou na locadora quando estava indo embora se depara com outra mulher que faz a mesma pergunta ao vendedor, que meio assustado responde de imediato a mesma coisa, que sorveteria ali só se fosse a muito tempo...
Ao ver a pergunta que a segunda mulher havia feito era igual a da primeira, a primeira mulher sente um cala frio subindo por todo o corpo e olha para trás... Ela reconhece sua amiga que havia se afastado por um motivo, ela estava segurando um pote de chantili para mostrarem que cumprirão o pacto de se verem novamente.
Ela se aproxima e começa puxar assunto até que então pergunta o nome da garota, que ao dizer se lembra da voz doce de sua amiga que ao longo dos anos, mesmo com mudanças, ainda soava em sua mente...
Elas então saíram da locadora impressionadas, era tudo estranho, elas não tinham mais tantos assuntos como antigamente, elas contaram de suas vidas, do tempo que passaram longe e do tanto que mudaram nesses 20 anos.
A primeira mulher disse que era uma pessoa não muito bem sucedida, contou sobre toda sua vida, já a sua amiga era uma mulher elegante, cheia de princípios, uma modelo, rica, diva, casada, formada, bem diferente de sua amiga...
O tempo se passou e infelizmente a personalidade também, elas viram que era tudo diferente, a segunda mulher estava muito esnobe, já não ligava tanto para a amiga como antes, e então elas discutiram...
Foi uma briga feia, elas jogaram verdades na cara uma das outras e simplesmente chegaram a conclusão que não deviam ter feito aquele tal pacto, foi um erro, na verdade elas não deveriam era ter se separado... Mas agora já não adiantava, cada uma seguiu seu caminho e depois disso elas nunca mais se viram...
Explicação: