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Escreva sobre os povos de Itararé que habitaram o Brasil na Pré-História
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Itararé-Taquara pode ser "avô" da etnia caingangue
Não há nenhum grupo indígena da tradição Itararé-Taquara vivendo em aldeias no Brasil, segundo o indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) de Curitiba, Edívio Battistelli. No entanto, há uma teoria na arqueologia que identifica os indígenas Itararé-Taquara como "avós" dos caingangues.
Segundo o arqueólogo Antônio Cavalheiro, os ceramistas da tradição Itararé-Taquara viveram onde hoje estão os caingangues. Também se estima que os caingangues surgiram no mesmo período em que existiam tribos dos Itararé-Taquara no território brasileiro, ou seja, entre 3 e 4 mil anos atrás. Conforme Battistelli, o indigenismo não trabalha com esta teoria. "Seriam necessárias mais pesquisas para provar esta relação. Quem sabe no futuro", comenta.
Atualmente, há apenas três etnias vivendo no Paraná: os caingangues, com aproximadamente 11 mil pessoas, os guaranis, com quatro mil representantes e, por último, os xetás, com perto de 100 membros. Conforme Battistelli, os indígenas estão divididos entre as 56 aldeias que abrangem 26 municípios.
Quem quiser conhecer um pouco da cultura Itararé-Taquara pode procurar o Museu de Arqueologia e Etnologia (Mae) da UFPR. O museu possui acervo com 70 mil peças, incluindo artefatos coletados em pesquisas arqueológicas. O material em exposição atualmente em Castro será enviado, em junho, para o Mae.
Vestígios de uma etnia indígena extinta no Brasil foram encontrados em uma escavação nos Campos Gerais. A descoberta reforça a tese de que os índios Itararé-Taquara viveram no interior do Paraná. Milhares de fragmentos de cerâmicas e de ferramentas usadas, além dos chamados "buracos de bugre", foram localizados por uma equipe de arqueólogos. No meio acadêmico, a etnia é conhecida pela perfeição das cerâmicas que produzia.A equipe do arqueólogo Antônio Cavalheiro identificou cinco sítios arqueológicos no trecho de 65 quilômetros, entre Castro e Piraí do Sul. Quatro deles, localizados em Castro, continham 4,3 mil fragmentos de cerâmicas e de ferramentas usadas pela tradição Itararé-Taquara. O quinto sítio, em Piraí do Sul, tinha casas subterrâneas, também chamadas de "buracos de bugre", que eram porões feitos pelos indígenas.
A escavação foi concluída no fim de 2013 em Castro. Parte do que foi encontrado pode ser vista no Museu do Tropeiro, de Castro, em exposição que vai até 10 de junho. Os fragmentos, que estão em dois expositores do Museu do Tropeiro (localizado provisoriamente na Praça Sant’Ana, 51), mostram a habilidade da tradição Itararé-Taquara para construir as peças e ferramentas. "Eles eram exímios ceramistas, as peças eram bem cozidas e duras, com formas semiglobulares", acrescenta. As ferramentas eram bem afiadas.
Segundo Cavalheiro, as peças são muito parecidas com as localizadas em outra escavação, realizada recentemente na região da barragem do Rio Iraí, em Curitiba. Os pesquisadores estimam, conta Cavalheiro, que esse grupo indígena viveu entre o Norte do Rio Grande do Sul e o Sul de São Paulo há cerca de quatro mil anos. Os artefatos localizados em Castro foram datados e indicam a passagem desse grupo entre 850 e 625 anos atrás, ou seja, antes ainda do descobrimento do Brasil, em 1500. O arqueólogo comenta que os Itararé-Taquara eram seminômades. Acredita-se que o grupo vivia num determinado local até se esgotarem os potenciais de colheita, de pesca e de caça.