"Vais encontrar o mundo, disse-me meu pai, à porta do Ateneu. Coragem para a luta." Bastante experimentei depois a verdade deste aviso, que me despia, num gesto, das ilusões de criança educada exoticamente na estufa de carinho que é o regime do amor doméstico, diferente do que se encontra fora, tão diferente, que parece o poema dos cuidados maternos um artifício sentimental, com a vantagem única de fazer mais sensível a criatura à impressão rude do primeiro ensinamento, têmpera brusca da vitalidade na influência de um novo clima rigoroso. Lembramo-nos, entretanto, com saudade hipócrita, dos felizes tempos; como se a mesma incerteza de hoje, sob outro aspecto, não nos houvesse perseguido outrora e não viesse de longe a enfiada das decepções que nos ultrajam. Eufemismo, os felizes tempos, eufemismo apenas, igual aos outros que nos alimentam, a saudade dos dias que correram como melhores. Bem considerando, a atualidade é a mesma em todas as datas. Feita a compensação dos desejos que variam, das aspirações que se transformam, alentadas perpetuamente do mesmo ardor, sobre a mesma base fantástica de esperanças, a atualidade é uma. Sob a coloração cambiante das horas, um pouco de ouro mais pela manhã, um pouco mais de púrpura ao crepúsculo - a paisagem é a mesma de cada lado beirando a estrada da vida. Eu tinha onze anos. (POMPÉIA, R. O Ateneu – crônica de saudades. S.P.: FTD, 1991. p. 13.)
De acordo com esses parágrafos iniciais desse romance, o narrador
A) critica os que rejeitam a idéia da ausência de felicidade em tempos remotos.
B) enfoca que as decepções e as incertezas sempre acompanham o ser humano.
C) idealiza o passado distante, tempo de felicidade plena e infinita.
D) valoriza as lembranças do passado como forma de minimizar as dores do presente.
Soluções para a tarefa
A alternativa correta é a alternativa D) .
É bastante importante que tenhamos uma noção da interpretação textual para que o texto possa de fato fazer sentido , o número de analfabetismo funcional no Brasil infelizmente ainda é alta de modo que a interpretação textual apesar de ser bastante simples ainda é o "calo" de muita gente .
O analfabetismo funcional é infelizmente ainda existente , todavia , está sendo acabado pouco a pouco através das políticas públicas de educação.
De acordo com os parágrafos iniciais do romance O Ateneu, de Raul Pompéia, o narrador valoriza as lembranças do passado como forma de minimizar as dores do presente (letra D).
Livro "O Ateneu"
A obra foi escrita pelo naturalista Raul Pompéia (1863 - 1895), que relata a história de um menino chamado Sérgio ao entrar para um colégio interno. Sérgio tinha 11 anos e foi estudar no Colégio Ateneu. A história se passa durante o século XIX.
O livro faz uma crítica sobre a sobrevivência dos mais fortes por meio de uma sociedade corrupta. A obra apresenta uma visão determinista, em que relações casualidade determinam os acontecimentos.
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