Utilizando os 4 porquês de Tinbergen, como você explicaria a evolução da monogamia na espécie humana
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Resposta:
A biologia entende que a monogamia social, ligada ao bom relacionamento do casal e à fidelidade emocional, não significa necessariamente monogamia genética (essa, sim, ligada à fidelidade sexual)
Explicação:
No ser humano, a monogamia genética pode ser entendida como fidelidade sexual, e a monogamia social, como fidelidade amorosa. Estudos evolutivos sugerem que, para o homem, a fidelidade sexual seria mais importante pois, assim, garantiria a continuidade dos seus genes. Já para a mulher, a fidelidade emocional seria mais importante porque ela garantiria o cuidado paterno para os seus filhos
Possuímos na espécie humana evidências de que nossa espécie pode ser monogâmica (tal como a guarda de parceiro, a instituição casamento monogâmico presente em muitas culturas, pouco dismorfismo sexual) e de que pode também ser poligâmica (diferenças entre as estratégias reprodutivas de machos e fêmeas, relações extraconjugais serem uma prática difundida em distintas culturas). Contudo, caso considerássemos que nossa espécie é monogâmica, poderíamos encontrar as evidências abaixo classificadas nos quatro porquÊs de Tinbergen:
1) CAUSA: Os bebês humanos nascem muito prematuros, o que requer um cuidado parental muito extenso (comparado ao de outras espécies), sendo o investimento parental uma estratégia favorável ao estabelecimento de casais monogâmicos; as fêmeas humanas, tais como os bonobos, copulam durante todo o seu ciclo reprodutivo, não apresentam sinais tão evidente de que estão em seu período fértil, o que requer do macho um comportamento de guarda de parceira. Há um processo bioquímico característico da maioria das espécies sociais que favorecem a formação de vínculos românticos e afetivos.
2) DESENVOLVIMENTO/ONTOGENIA: Questões culturais, de viabilidade econômica, bem como ideológicas favorecem o estabelecimento mais recorrente de casais monogâmicos.
3) EVOLUÇÃO: Uma das espécies que mais próximas a nossa, com ancestral comum, os bonobos, apresentam a formação de casais monogâmicos.
4) FUNÇÃO: O ganho de sobrevivência no estabelecimento da monogamia como padrão da espécie, está na maior chance de desenvolvimento saudável e sobrevivência da prole.