Português, perguntado por geovanarodrigue1, 11 meses atrás

URGENTEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Emergência (Luis Fernando Veríssimo) É fácil identificar o passageiro de primeira viagem. É o que já entra no avião desconfiado. O cumprimento da aeromoça, na porta do avião, já é um desafio para a sua compreensão. - Bom dia... - Como assim? Ele faz questão de sentar num banco de corredor, perto da porta. Para ser o primeiro a sair no caso de alguma coisa dar errado. Tem dificuldade com o cinto de segurança. Não consegue atá-lo. Confidencia para o passageiro ao seu lado: - Não encontro o buraquinho. Não tem buraquinho? Acaba esquecendo a fivela e dando um nó no cinto. Comenta, com um falso riso descontraído: “Até aqui, tudo bem”. O passageiro ao lado explica que o avião ainda está parado, mas ele não ouve. A aeromoça vem lhe oferecer um jornal, mas ele recusa. - Obrigado. Não bebo. Quando o avião começa a correr pela pista antes de levantar vôo, ele é aquele com os olhos arregalados e a expressão de Santa Mãe do Céu! No rosto. Com o avião no ar, dá uma espiada pela janela e se arrepende. É a última espiada que dará pela janela. Mas o pior está por vir. De repente ele ouve uma misteriosa voz descarnada. Olha para todos os lados para descobrir de onde sai a voz. “Senhores passageiros, sua atenção, por favor. A seguir, nosso pessoal de bordo fará uma demonstração de rotina do sistema de segurança deste aparelho. Há saídas de emergência na frente, nos dois lados e atrás”. - Emergência? Que emergência. Quando eu comprei a passagem ninguém falou nada em emergência. Olha, o meu é sem emergência. Uma das aeromoças, de pé ao seu lado, tenta acalmá-lo. - Isto é apenas rotina, cavalheiro. - Odeio a rotina. Aposto que você diz isso para todos. Ai meu santo. “No caso de despressurização da cabina, máscaras de oxigênio cairão automaticamente de seus compartimentos”. - Que história é essa. Que despressurização? Que cabina? “Puxe a máscara em sua direção. Isso acionará o suprimento de oxigênio. Coloque a máscara sobre o rosto e respire normalmente”. - Respirar normalmente?! A cabina despressurizada, máscaras de oxigênio caindo sobre nossas cabeças – e ele quer que a gente respire normalmente?! “Em caso de pouso forçado na água...” - O quê?! “... os assentos de suas cadeiras são flutuantes e podem ser levados para fora do aparelho e...” - Essa não! Bancos flutuantes, não! Tudo, menos bancos flutuantes! - Calma, cavalheiro. - Eu desisto! Parem este troço que eu vou descer. Onde é a cordinha? Parem! - Cavalheiro, por favor. Fique calmo. - Eu estou calmo. Calmíssimo. Você é que está nervosa e, não sei por quê, está tentando arrancar as minhas mãos do pescoço deste cavalheiro ao meu lado. Que, aliás, também parece consternado e levemente azul. - Calma! Isso. Pronto. Fique tranqüilo. Não vai acontecer nada - Só não quero mais ouvir falar de banco flutuante. - Certo. Ninguém mais vai falar em banco flutuante. Ele se vira para o passageiro ao lado, que tenta desesperadamente recuperar a respiração, e pede desculpas. Perdeu a cabeça. - É que banco flutuante foi demais. Imagine só. Todo mundo flutuando sentado. Fazendo sala no meio do Oceano Atlântico! A aeromoça diz que lhe vai trazer um calmante e aí mesmo é que ele dá um pulo: - Calmante, por quê? O que é que está acontecendo? Vocês estão me escondendo alguma coisa! Finalmente, a muito custo, conseguem acalmá-lo. Ele fica rígido na cadeira. Recusa tudo que lhe é oferecido. Não quer o almoço. Pergunta se pode receber a sua comida em dinheiro. Deixa cair a cabeça para trás e tenta dormir. Mas, a cada sacudida do avião, abre os olhos e fica cuidando a portinha do compartimento sobre sua cabeça, de onde, a qualquer momento, pode pular uma máscara de oxigênio e matá-lo do coração. De repente, outra voz. Desta vez é a do comandante. - Senhores passageiros, aqui fala o comandante Araújo. Neste momento, à nossa direita, podemos ver a cidade de... Ele pula outra vez da cadeira e grita para a cabina do piloto: - Olha para a frente, Araújo! Olha para a frente! Luis Fernando Veríssimo

1- toda narrativa é estruturada pelos elementos personagem , ação/enredo , espaço tempo e narrador. esses elementos estao presentes na cronica. em seu caderno copie os elementos da cronica "emergencia"
a) personagens
b)ações/enredo
c)espaço
d)tempo
e)narrador

2-nao so os elementos estruturam a narrativa. os momentos que se sucedem no tempo e no espaço tambem participam dessa estrutura situação inicial conflito climax do conflito e desfecho. copie abaixo no caderno e complete indicando os trechos que correspondema cada um dos momentos da narrativa

a) situação inicial DE: " é fácil " ATÉ: "bom dia"
b)conflito DE: -como assim ?'' ATÉ:
c) climax DE: ATÉ:
d) desfecho do confito DE: ATÉ:

Soluções para a tarefa

Respondido por Usuário anônimo
68
1 a aeromoça, passageiro a o lado, piloto araujo e o próprio passageiro iniciante
1 b Fla sobre o primeiro voo de um passageiro
1c avião
1dpassado
1e narrador não personagem
2a

Eloisa1929: E o 2a b,c,d,e ??
Respondido por jalves26
129

1.

a) personagens: o passageiro do avião, a aeromoça, o passageiro ao lado e o piloto

b) ações/enredo: é a primeira vez do passageiro num avião e ele fica muito nervoso com os comandos dados pela aeromoça e acaba arrumando muita confusão

c) espaço: a história se passa num avião

d) tempo: a ação dura o tempo de uma viagem de avião

e) narrador: narrador observador

2. a) situação inicial DE: "é fácil" ATÉ: "bom dia"  

b) conflito DE: "- como assim?'' ATÉ:  "

c) clímax DE: "Eu desisto" ATÉ:  "Ninguém mais vai falar em banco flutuante"

d) desfecho do conflito DE: "Ele se vira para o passageiro ao lado, que tenta desesperadamente recuperar a respiração, e pede desculpas" ATÉ: "Olha para a frente, Araújo"

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