URGENTE Quais evidencias cientificas dao suporte ao modelo de aquecimento global antropogenico?
Soluções para a tarefa
Como é bem sabido, a pesquisa científica sobre o sistema climático da Terra é um ramo interdisciplinar que envolve diversas áreas do conhecimento, envolvendo a contribuição de climatologistas, geólogos, glaciologistas, meteorologistas, oceanólogos, biólogos, químicos e físicos. Esta natureza interdisciplinar e complexa do comportamento do sistema terrestre impõe um grande desafio aos cientistas, inclusive quando precisam sintetizar em relatórios o conhecimento adquerido. Algumas das questões mais debatidas dizem respeito ao clima global, sua variabilidade natural, previsibilidade e principalmente sua suscetibilidade a ação humana.
O debate em torno do aquecimento global e de suas causas, naturais ou antropogênicas, é um tema polêmico com considerável repercussão midiática. De um lado, aparentemente a maioria da comunidade científica considera que o aquecimento global antropogênico é uma realidade, contudo, há aqueles cientistas que se dizem céticos ou contrários a ideia de que o homem possa estar impactando o clima. Diante deste cenário o leigo se encontra num impasse, afinal, quem são os especialistas? Como distinguir um especialista confiável? Sabe-se, por exemplo, que a opinião de um cientista individual pode ser motivada por diversos pressupostos (metafísicos, valores pessoais, interesses, desejo de fama, etc.). Uma saída para o leigo seria confiar no consenso científico, cuja opinião refletiria a posição da comunidade científica da área.
A pergunta que surge, então, é se podemos confiar no dito consenso científico sobre aquecimento global antropogênico? E, anterior a essa, existe mesmo tal consenso? A pequena revisão da literatura abaixo fornece subsídios ao leitor interessado investigar essas questões, para que possa tirar suas próprias conclusões sobre o tema.
Antes de prosseguir, contudo, uma palavra sobre o papel do consenso na ciência. Como muito bem sabemos, a história da ciência nos ensina a ser humildes no que concerne ao conhecimento científico em vigor, pois sempre existe a possibilidade de que questões atualmente consideradas como resolvidas, sejam reabertas no futuro, transformando o consenso vigente numa nova controvérsia. Ao mesmo tempo, é uma constatação histórica a de que sempre existem remanescentes que continuam a defender sua posição, mesmo após a grande maioria da comunidade científica considere a controvérsia encerrado. Por exemplo, no caso da história da Geologia, o geólogo Russo Beloussov que durante a década de 1970 apresentou forte resistência a teoria da deriva continental (e placas tectônicas), mesmo após a grande maioria da comunidade científica ter considerado a controvérsia resolvida (Andrew Lugg. Disagreement in Science, 1978).
Relativo ao tema das controvérsias científicas, em seu ensaio Scientific controversy and its termination (1987), Ernam Mcmullin (1987, p.51) nos oferece a seguinte caracterização de uma controvérsia científica:
[…] controvérsia é uma disputa pública e persistentemente mantida. Uma controvérsia científica se ocupa com uma questão de crença. Cada lado argumenta que o outro está errado e que eles mesmos estão certos, ou pelo menos tem o melhor caso. […] Existe argumento e contra-argumento. E a troca é pública […]. Um desacordo entre dois cientistas, não importando quão profundo, não é suficiente para constituir uma controvérsia até que os termos do seu desacordo sejam do conhecimento da comunidade científica em geral.
Como podemos notar na passagem acima, um simples desacordo entre dois cientistas não é suficiente para constituir uma controvérsia científica. Nas controvérsias científicas há uma peculiaridade envolvida, característica da ciência, a saber, a presença da comunidade cientifica. Mesmo que uma controvérsia inicie com dois indivíduos, ela é essencialmente uma atividade comunitária, de modo que outros membros da comunidade, com a competência necessária, podem tomar parte da controvérsia ou julgar os méritos de cada posição.
Neste contexto, um consenso científico legítimo é aquele em que foram consideradas todas as evidências relevantes para o caso e onde ocorreu um longo processo de crítica (argumento e contra-argumento) entre os pares (seja através de processos de peer review ou debates, etc.), ou seja, “todas” as críticas legítimas e argumentos contrários foram devidamente respondidas e solucionadas, passando pelo escrutínio da crítica da comunidade científica. É claro que, como visto, devido ao dinamismo da ciência, com o surgimento de novas evidências, etc., este processo não é infalível. Contudo, como também nos mostra a história da ciência, é um processo que tem fornecido à humanidade valiosos conhecimentos científicos.