Português, perguntado por Josesilva249, 7 meses atrás

URGENTE PFV RESPONDAM Na esquina e na praça 1 Dobramos a esquina e vi o homem caído. Não. Dobramos a esquina e ouvi os gritos do homem caído. Não. Dobramos a esquina e ouvi os gritos. Aí vi que eram de um homem caído. 2 — Mãe, vou até a praça com a Rita brincar nos balanços. 3 — Tá bem. Não demora. Rita, traz leite na volta. 4 Vi o homem caído e pensei que estivesse ferido e falei, para o carro que o homem está ferido. Mas logo pensei que estivesse bêbado, mania minha de dramatizar. Aí vi o sangue. 5 Começou a chover, achei que as meninas tinham se protegido debaixo de alguma marquise. Não me preocupei por elas estarem demorando. 6 O homem estava caído ao lado da carrocinha de cachorro-quente, na calçada da praia. Saltamos do carro correndo. Pensei que tinha se machucado carregando engradados de refrigerantes, tinha se cortado nos cacos. Tentei inventar uma história para justificar de forma incolor o homem caído no sangue. Mas o homem tinha a sua história. 7 Reclamei com as duas quando as vi chegar. Vinham suadas, de cabelo molhado. Cadê o leite? perguntei. 8 — Foi assalto. Levaram todo o dinheiro. Estavam de carro. 9 O homem pálido, a cabeça encostada num embrulho, quase não se mexia. Cadê a ambulância? Já vem. O sangue na calçada ia virando mingau, os sapatos deixavam uma marca clara revelando o cimento. 10 — Mãe, você não sabe o que aconteceu! 11 — Deram um tiro nele de pura malvadeza. Não queriam pagar o cachorro-quente e ainda levaram o dinheiro. 12 O homem gemendo. Me leva, gente, me leva que eu estou morrendo. Tá morrendo nada, foi na perna, amigo, perna não mata ninguém. É, mas é na perna que tem a femural, eu fosse a senhora levava ele, a ambulância não vem mesmo, estou com medo de me envolver com o homem, com o sangue do homem, com a morte e a vida do homem. Oh, meu deus, por que é que eu fui passar por esta esquina e dar de cara com a minha mesquinhez? 13 — Mãe, foi um bando de meninos, os crioulinhos daí do morro. Eles rodearam a gente e atiraram areia e pedras na gente, puxaram o cabelo da Rita, aí disseram que minha mãe era piranha e eu disse que não era, que minha mãe é jornalista, e eles não deixavam a gente ir embora nem andar, e disseram que iam arrancar minha carteira e tomar meu dinheiro e ainda me davam uma surra. 14 — Eu vi da janela quando deram o tiro nele. 15 Será que o homem morre mesmo? E se morrer e eu não tiver levado ele, como é que vou viver depois? E se eu levar e morrer no caminho, como é que vou viver depois? Mas eu juro que a ambulância vem, o homem disse que vinha. Eu preciso que a ambulância venha. COLASANTI, Marina. A casa das palavras e outras crônicas. Col. Para gostar de ler. v.32. São Paulo: Ática, 2004. 2. (1,5) Como o conto não possui um narrador que comente a relação entre as duas histórias, narradas paralelamente, a interpretação fica inteiramente a cargo do leitor. Considerando que o tema do conto seja a solidariedade, escreva uma pequena interpretação do contraste que se estabelece entre as histórias narradas.Qual a condição necessária para uma frase admitir voz passiva?

Soluções para a tarefa

Respondido por fabio12345678901
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Resposta:

03 – Por que o primeiro parágrafo, a narradora relata os fatos na ordem não linear? Que efeito de sentido isso causa na compreensão?

     Isso ocorreu porque ela foi relatando os fatos com base no que ia recordando, o que torna a narrativa não linear. O efeito é a ideia de agitação da vida cotidiana.

04 – Embora a história seja contada de forma desordenada, é possível perceber que duas situações diferentes de violência foram relatadas.

a)   Que situações são essas?

O homem que levou um tiro na perna e as meninas que foram assaltadas.

b)   Identifique em cada parágrafo do texto cada uma das duas histórias apresentadas.

Resposta pessoal do aluno. Sugestão: A resposta está indicada no texto.

05 – Releia o seguinte trecho: “Acaba morrendo no meu carro. Aí, o que é que eu faço? E vai manchar tudo de sangue. Não, não é por causa do sangue, mas é porque a gente não deve mexer em gente ferida. Não é não, é por causa do medo mesmo, estou com medo de me envolver com o homem, com o sangue do homem, com a morte e a vida do homem. Oh, meu Deus, por que é que eu fui passar por esta esquina e dar de cara com a minha mesquinhez?”

a)   Por que o narrador se considera mesquinha? Explique.

Porque ela reconhece que estava mais preocupada com a sua própria situação do que com o problema vivenciado pela pessoa que estava precisando de ajuda.

b)   A maneira como a narradora desse trecho trata o problema revela que a violência é vista de que forma?

A atitude dela revela que a violência é vista de maneira banal.

Explicação:

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