URGENTE!!!!
o que o autor do livro “o povo brasileiro” de Darcy Ribeiro, diz sobre a característica do povo brasileiro?
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Resposta:
Explicação:
Na obra, Ribeiro quis responder à pergunta “por que o Brasil não deu certo?” e debruçou-se sobre a formação do povo brasileiro. No estudo, ele defendeu a miscigenação como fator preponderante da diversidade que caracteriza o Brasil. Essa fusão biológica e cultural teria se iniciado logo que os primeiros portugueses desembarcaram na América, e a gestação étnica do brasileiro se prolongou por todo o período colonial (1530 – 1815).
O que define um povo não é a demarcação territorial, mas sim um conjunto de características que faz dele um grupo identidário, diferenciando-o de outros grupos. As três matrizes étnicas que seriam as formadoras da identidade do povo brasileiro são o colonizador branco, no caso os portugueses, os índios e os negros africanos. Darcy usa a expressão “Nova Roma” para classificar o que seria o Brasil neste processo de formação do povo brasileiro através da desconstrução dessas três matrizes.
A mestiçagem no Brasil teria ocorrido de diferentes formas. Uma delas seria o cunhadismo. Essa antiga prática indígena, para incorporar estranhos à sua comunidade, consistia em lhes dar uma moça índia como mulher. Assim, estabeleciam-se laços que o aparentavam a todos os membros do grupo. Isso se alcançava graças ao sistema de parentesco classificatório dos índios, que relaciona, uns com os outros, todos os membros de um povo.
Ribeiro valorizava muito a cultura indígena e o papel do mameluco (mestiço de índio) na nossa formação étnica. A miscigenação através do cunhadismo teve em São Paulo o seu primeiro centro de desenvolvimento. Nessa região, onde a captura de índios para servirem de escravos tornou-se a principal atividade econômica, surgiram os brasilíndios ou mamelucos, um povo que não era índio e nem português, mas falava tupi e nheengatu e foram fundamentais, para Ribeiro, na formação étnica do brasileiro e na ocupação e expansão territorial do país. Dos brasilíndios paulistas é que saíram os bandeirantes.
No entanto, a formação do povo brasileiro foi fruto de um processo violento. Com relação aos africanos, arrancados de suas culturas e forçados a trabalhar como escravos, ele acreditava que a rica diversidade linguística e cultural dos povos africanos e a política de evitar concentrar escravos de uma mesma etnia nas mesmas propriedades dificultaram a formação de núcleos de preservação do patrimônio cultural africano.
Assim, o africano que chegou ao Brasil teve sua identidade negada e marginalizada, ele se tornou um ser sem identidade. Para o antropólogo, a contribuição da cultura negra para a identidade brasileira estaria principalmente no plano ideológico, na força física, nas crenças religiosas, na música e na gastronomia.