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O que é uma epidemia? É a ocorrência de casos de uma doença em número superior ao esperado — esperado com base em cálculos, não em adivinhações. Esse conceito é importante. As pessoas, e os grupos sociais, aceitam, ainda que com resignação, que doenças transmissíveis, aquelas causadas por germes, ocorram. Mas quando a doença se espalha de uma forma aparentemente sem controle, quando não se trata apenas de corpos individuais, mas do corpo social, estamos diante de uma situação nova e apavorante, uma situação capaz de levar o caos a cidades, a regiões, a países. E por isso que as epidemias ficaram registradas na História. O relato bíblico, por exemplo, fala das pragas do Egito — uma narrativa que pode ter elementos míticos. Mítica, porém, certamente não é a descrição que o historiador Tucídides faz da praga ocorrida em Atenas no quinto século antes de Cristo — uma doença até hoje não bem identificada matou milhares de pessoas. O início da Idade Média, entretanto, foi notavelmente livre de epidemias. O Dr. Ujvari, que constantemente assinala a relação entre doenças e condições socioeconômicas, mostra que isso se devia ao isolamento em que viviam então as pequenas comunidades.Mas já no fim do medievo temos sucessivos surtos de peste bubônica. Havia várias condições para isso: o aumento da população, sobretudo urbana, a carência de alimentos, que gerou desnutrição e, portanto, propensão a doenças, e sobretudo um incremento das viagens marítimas — junto com os navios que chegavam do Oriente vinham os ratos, albergando as pulgas, cuja picada transmitia o bacilo causador da doença. O resultado foi catastrófico: não há números confiáveis a respeito, mas calcula-se que um terço da população européia tenha perecido na epidemia de 1347—1348. Como não se conhecia a causa da doença, os judeus, clássicos bodes expiatórios, foram acusados de envenenar os poços; centenas deles foram mortos. Com a modernidade, uma nova doença aparece na Europa — a sífilis —, em relação à qual houve, durante muito tempo, uma controvérsia. Alguns autores diziam que a sífilis já existia entre os europeus, mas não era diferenciada de outras doenças; outros, provavelmente em maior número, sustentavam que ela teria sido levada das Américas pelos primeiros navegadores: a "conexão Colombo". De qualquer modo, a disseminação da sífilis foi facilitada pelo relaxamento dos costumes e pelas guerras que eram então freqüentes: guerra é guerra, e estupro é uma forma de atingir a população inimiga em sua dignidade. O Novo Mundo saiu perdendo no intercâmbio de doenças. Os europeus podem ter levado a sífilis, que só raramente era mortal; em compensação, trouxeram para as Américas numerosas doenças, inclusive e, principalmente, a varíola, que dizimou populações indígenas e facilitou a tarefa de conquistadores como Cortez e Pizarro. Os índios não tinham defesas contra tais enfermidades e até a gripe podia matá-los. A diminuição da população indígena foi uma das razões para a introdução de escravos africanos. Com o crescimento da população — a Revolução Industrial acelerou o êxodo do campo para a cidade —, novas epidemias surgiram: a de cólera, por exemplo. Nos séculos XVIII e XIX, a doença era tão freqüente em Londres como o era em Bombaim. Foi investigando um surto de cólera que John Snow, médico da Rainha Vitória, associou a doença à água de consumo — um estudo considerado pioneiro na história da epidemiologia.Até então a causa das doenças transmissíveis continuava um mistério: falava-se no miasma, a emanação de regiões insalubres (o termo malária, "maus ares", alude precisamente a isso). Mas, com Louis Pasteur e a revolução pasteuriana, a microbiologia deu um salto que conduziria à identificação dos germes causadores de doenças, à preparação de soros e vacinas e, mais além, à descoberta dos antibióticos, o que se acompanhou de uma grande euforia: acreditava-se que a ameaça das doenças transmissíveis havia sido extinta. Ninguém contava, porém, com a resistência dos germes. Assim como ninguém contava com a emergência de novas doenças, como a Aids. Ou com a possibilidade de armas biológicas. Ou com os erros nos programas de controle de doenças. 1. Segundo o texto podemos considerar que epidemia é: I. Doença transmissível considerada arma biológica que podem ser tratadas com antibióticos; II. Uma narrativa que pode ter elementos míticos. III. É a ocorrência de casos de uma doença em número superior ao esperado — esperado com base em cálculos, não em adivinhações. Esse conceito é importante. *
( ) A. I e II estão corretas;
( ) B. I e III estão corretas;
( ) C. Somente a I está correta;
( ) D. Somente a III está correta;
( ) E. NDA.
Soluções para a tarefa
Respondido por
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Resposta:
D.
Explicação:
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