Português, perguntado por Safrodite, 5 meses atrás

URGENTE

Leia o excerto a seguir, retirado de O auto da barca do inferno, de Gil Vicente.

  I / reis / lá / mai / s es / pa / ço / so,

 Com / fumosa senhoria

 Cuidando da tirania

 do pobre povo queixoso!

 E porque, de generoso,

 desprezastes os pequenos,

 achar-vos-ei tanto menos

 quanto mais fostes fumoso

Analise o excerto acima quanto ao número de sílabas poéticas de cada verso. A passagem apresenta regularidade ou não? Caso afirmativo, quantas sílabas poéticas apresenta cada verso? Como é denominado esse tipo de verso? (Para auxiliá-lo, fez-se a escansão do primeiro verso; continue o trabalho.)​

Soluções para a tarefa

Respondido por juliabrasil21
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Resposta:

Introdução: teoria e método

Dentro de um programa que pesquisa o discurso da equidade e da desigualdade sociais (Deds) em construções fictícias e imaginárias de sociedades, analisa-se o livro Auto da barca do inferno, de Gil Vicente (1). Parte-se do pressuposto de que os vínculos de equidade e desigualdade que congregam e separam indivíduos refletem o lugar e a época em que ocorrem.

Obras literárias trazem informações sobre esses vínculos. Estudando-as, tendo em conta o contexto social-histórico que as produziu, pois elas surgem em lugares definidos e são endereçadas a leitores/interlocutores que compartilham a mesma comunidade discursiva e participam da mesma história coletiva, e tomando-as como textos que permitem uma análise do discurso, é possível buscar, nesses textos, o discurso e, indiretamente, os vínculos sociais, reais e imaginários, relativos à equidade e à desigualdade sociais.

Uma construção discursiva sobre um agrupamento social, além de falar sobre a sociedade que a produziu é, ao mesmo tempo, capaz de criar, sugerir e impulsionar outros arranjos sociais. De especial importância são as obras literária que persistem ao longo do tempo, como é o caso do Auto da barca do inferno, publicada pela primeira vez em 1517.

A pesquisa do Deds utiliza como referencial teórico-metodológico a noção de domínio social-histórico de Castoriadis (1982; 1987; 1999; 2007) que propõe a busca de significações imaginárias relativas a um objeto e, ao mesmo tempo, a investigação das múltiplas determinações que atuam sobre ele.

A coleta e o tratamento das informações seguem fundamentação teórica da análise do discurso. Os procedimentos analíticos são inspirados em Pêcheux (1990) e na descrição arqueológica de Foucault (1987) que acentuam, respectivamente, a importância das condições de produção do discurso e a relevância da formação discursiva, isto é, das condições históricas, econômicas, sociais, geográficas e culturais particulares que possibilitaram a elaboração, funcionamento, aparecimento e difusão da obra em estudo.

Análise do discurso é aqui definida como uma disciplina:

"cujo principal objeto é a ideologia e cujos procedimentos permitem avaliar um escrito ou uma fala a partir de leitura ou escuta cuidadosa, considerando não apenas o funcionamento da língua e suas características gramaticais, sintáxicas, léxicas e semânticas, mas também as condições em que o texto foi escrito ou falado e, para isso, coloca questões como: quem foi seu autor, por que o escreveu ou falou, para quem, que razões levaram à formulação daquele texto, que pressupostos estão subjacentes a ele, qual é o sentido dele, como é possível interpretá-lo? (Machado, 2008: 352)."

A pesquisa do Deds, em cada obra analisada, é operacionalizada seguindo-se as seguintes etapas: (a) Construção do corpus: a partir do texto original é construído um resumo que conserva o enredo, o encadeamento, as principais passagens e as mesmas palavras do autor, além de menções a instâncias de equidade e desigualdade sociais, resultando num dispositivo prático que permite releituras imediatas. (b) Definição dos procedimentos de análise: buscam-se realidades lingüísticas observáveis como palavras-pivô, verbos performativos, interrogações, ordens, pressupostos, diálogos, repetições, etc. Com esses dispositivos percorre-se, numerosas vezes, o corpus. (c) Identificação das condições de produção do texto: onde, como, por quem, em que circunstâncias ele foi produzido. Dados sobre o autor e sua época são buscados em enciclopédias, obras de referência, internet, biografias. (d) Identificação do deds no cruzamento das condições de produção com as significações imaginárias sociais encontradas.

No caso aqui apresentado, tomou-se como corpus a obra na íntegra, uma vez que ela é pequena, permitindo múltiplas leituras. Os principais marcadores utilizados foram nomes próprios, profissões e pronomes, especialmente os de tratamento.

2. A obra

Explicação:

senhora se estiver errada me desculpe

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