URGENTE
Fale sobre a migração da África subsaariana para Europa
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Resposta:
Os fluxos migratórios fazem parte das dinâmicas socioeconómicas e políticas do mundo actual, onde o volume das migrações internacionais tem sido crescente, embora os valores percentuais com respeito à totalidade da população global se mantenham relativamente estáveis. Em 2017 de acordo com a ONU (2017), eram migrantes internacionais, isto é, indivíduos que residiam num país diferente daquele onde nasceram, cerca de 258 milhões de pessoas, correspondentes a 3,4% do total de cerca de 7,6 mil milhões da população mundial. Segundo a mesma fonte, considerando as grandes áreas geográficas do mundo, o volume da migração sul-sul ocupa o lugar cimeiro, com 38%, seguido da migração sul-norte, com 35%, norte-norte, com 22%, e norte-sul, com 6%. Por seu lado, também em 2017, segundo o ACNUR (2018), o número de refugiados no mundo ascendia a 25,4 milhões de pessoas, o que correspondia a perto de 10% da população migrante global. Os refugiados estavam circunscritos principalmente nos países em vias de desenvolvimento, com destaque para Turquia, Paquistão, Uganda, Líbano e Irão, entre outros. No Líbano, por exemplo, os refugiados compõem 16% da sua população, um valor que é ainda maior quando se consideram os oriundos da Palestina. Embora os movimentos migratórios ostentem novos contornos e intenções, eles continuam a manter a sua essência, que é a de garantir melhores condições de vida e segurança, quando os locais ou regiões de origem já não as oferecem.
Tanto no continente africano como, em particular, em Moçambique, as dinâmicas migratórias recentes apontam para contextos híbridos, em que muitos países são concomitantemente emissores, receptores e locais de trânsito, os quais podem trocar de posição ao longo do tempo em função da conjuntura interna e externa. Um exemplo paradigmático é o de Moçambique. Historicamente foi um país emissor para os países vizinhos, em especial para a África do Sul. Contudo, após os anos 1990, com o fim da guerra civil, o rápido crescimento da economia, a descoberta de recursos minerais e energéticos, aliados a uma relativa estabilidade política, verificou-se uma entrada massiva de imigrantes, incluindo refugiados, provenientes de todos os continentes, com maior enfase nos países da África subsaariana. Entre os anos 2000 e 2010, as estatísticas dos estrangeiros no país subiram de 366 para 450 mil, respectivamente (Banco Mundial, 2010), enquanto o cômputo de refugiados atingiu um pouco mais de 30.000 (INAR, 2018). Quando observamos as determinantes a partir dos países de origem, os movimentos migratórios apontam para uma combinação de factores, relacionados com desestabilização política, conflitos armados, perseguições étnicas e religiosas, problemas ambientais e climáticos. Assim, as migrações acabam por constituir uma forma de escape para contornar o empobrecimento, a violência endémica e a falta de oportunidades sociais e económicas.