URGENTE ESCREVA UM ARTIGO DE OPINIÃO SOBRE PRECONCEITO CONTRA PESSOAS OBESAS COMO NA CRÔNICA DONA FRANCELINA:
Soluções para a tarefa
A obesidade representa uma sobrecarga cada vez maior para os sistemas de saúde, dado que afeta mais de 20% das populações ocidentais. Em Portugal, na última década, a sua prevalência passou de cerca de 14% para 28%. Esta duplicação é assustadora, porque a obesidade aumenta significativamente o risco de desenvolver diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia, doença hepática da obesidade (fígado gordo, na gíria popular). Muitas destas situações passam despercebidas durante anos, sem complicações clínicas evidentes, pelo que a consciencialização, tanto dos doentes como dos profissionais de saúde, é essencial para que sejam desenhadas estratégias de diagnóstico e possam ser realizados rastreios adequados. A obesidade está ainda associada a outras patologias, como a doença cardíaca coronária, acidente vascular cerebral, demência, apneia obstrutiva do sono e diversos tipos de cancro. Cada vez mais reconhecemos que a noção de distribuição de gordura, em vez do Índice de Massa Corporal (relação peso/estatura ao quadrado), está subjacente ao risco de doenças metabólicas em indivíduos obesos. A obesidade abdominal é o problema real. Costumo dizer aos meus doentes: diga-me o número das suas calças (saias) e digo-lhe que risco corre.
Alguns profissionais de saúde podem ser rotulados de forma equivocada como “gordofobicos” por defenderem o tratamento da obesidade, e as pessoas que simpatizam com os movimentos de “body positivity” como “gordofílicos”. Porém, é possível sim combater o preconceito da obesidade e, ao mesmo tempo, defender o tratamento e o ganho de saúde dos obesos, além da valorização de cada um fisicamente e mentalmente. O foco no tratamento dessas pessoas deve ser no acolhimento, na aceitação da doença e no estabelecimento de metas realistas de forma individualizada e guiada. Tratar o obeso é enxergá-lo em sua complexidade e profundidade, é estabelecer estratégias que foquem em um harmonioso comportamento alimentar e ambiental, e em uma relação saudável consigo mesmo.