Urbanização do Parana; contexto histórico e geográfico.
Soluções para a tarefa
Nas últimas cinco décadas, a crescente urbanização no Estado do Paraná descreveu um arranjo espacial fundamentalmente associado à modernização e reordenamento da base produtiva. Como conseqüente arranjo espacial tem-se a oposição de áreas dinâmicas, com alta densidade de ocupação e atividades, incluindo os principais centros urbanos e seus municípios do entorno; e áreas de esvaziamento, caracterizadas pelos fluxos emigratórios. Um processo de alta seletividade é percebido no comportamento das taxas médias geométricas anuais de crescimento dos municípios, ao longo do período, nos crescentes graus de urbanização, e na configuração espacial resultante do padrão redistributivo. O presente artigo discute os condicionantes e o padrão dessa dinâmica demográfica, as novas espacialidades configuradas, e os efeitos socioespaciais no arranjo territorial e no planejamento e gestão urbana-regional.
Key words: genesis, urban centers, industrialization, characterization.
A urbanização no Brasil, é um fenômeno determinante na sua organização e (trans)formação espacial. Verifica-se que, entre 1940 e 1980, ocorre uma verdadeira inversão quanto ao lugar de residência da população brasileira. Na década de 1940, a taxa de urbanização no Brasil era de 26,35%; em 1980, essa taxa cresce para 68,86%. Nesses quarenta anos, a população total do Brasil triplica, enquanto que a população urbana se multiplica por sete vezes e meia. Na década de 1990, a população urbana brasileira ultrapassa os 77%, apresentando um índice quase igual ao da população total de 1980 (Santos, 1996, p. 29).
Para Santos (1996), é entre o período de 1970 a 1980 que o crescimento numérico da população urbana supera o da população total. Isso significa que o processo de urbanização no Brasil conhece uma aceleração e ganha novo patamar, consolidando-se na década de 1980. Desse modo, o forte movimento de urbanização que se verifica a partir do fim da Segunda Guerra Mundial e mostrou-se associado a um intenso crescimento demográfico, resultado de uma natalidade elevada e de uma mortalidade em descenso, elementos estes mantidos pelos progressos sanitários e, pela melhoria relativa nos padrões de vida. Outro elemento da ascendente urbanização brasileira, vincula-se aos processos hegemônicos de expansão e concentração do capitalismo mundial, desencadeados nos países subdesenvolvidos através da industrialização.
Assim, é dentro deste contexto que a urbanização brasileira se alastra espacialmente. Estas características gerais do processo de urbanização se fazem presentes nos diversos espaços e subespaços que compõe o território brasileiro. Portanto, a mesorregião do Sudoeste paranaense não foge à “regra”.
De acordo com o IPARDES (2004), a região Sudoeste do Paraná [1] (figura 1), está localizada no Terceiro Planalto Paranaense e abrange uma área de 1.163.842,64 hectares, que corresponde a cerca de 6% do território estadual. Ela faz fronteira, a oeste com a República da Argentina, através da foz do rio Iguaçu e, ao sul, com o Estado de Santa Catarina. Possui como principal limite geográfico, ao norte, o rio Iguaçu. É constituída por 37 municípios, dos quais se destacam Pato Branco, Francisco Beltrão e Dois Vizinhos, em função de suas dimensões populacionais e de seus níveis de urbanização e polarização.