(Unespar 2015) Leia o fragmento abaixo, da canção “Bienal”, de Zeca Baleiro.
“Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta
Meu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista
calcado da revalorização da natureza morta”.
1. A letra sugere uma série de questões que se pode levantar sobre a criação artística e sobre o processo da elaboração de uma obra de arte. Além disso, indica de forma bem humorada a dificuldade que encontramos hoje para emitir uma opinião, julgar ou mesmo fazer uma crítica das obras de arte das últimas décadas. Segundo Adorno e Horkheimer, esse fenômeno poderia ser entendido a partir do processo de industrialização da cultura, que tem como um dos pontos fundamentais a: *
1 ponto
a) Diferença entre alta cultura e baixa cultura;
b) A explosão de manifestações culturais de baixa qualidade;
c) O advento de novas tecnologias como o cinema e a fotografia;
d) A transformação da obra de arte em mercadoria;
e) A ausência de gênios artísticos no último século.
2. A “dialética negativa” proposta por Adorno no livro homônimo, ressalta qual aspecto da dialética hegeliana? *
1 ponto
a) sistemático
b) conformista
c) comportamental
d) fisiológico
e) crítico
Soluções para a tarefa
1 - A alternativa D está correta.
A comercialização da arte está diretamente ligada a indústria cultural como um todo.
A indústria cultural, pode ser entendida como um veículo de informação que utiliza todos os meios de comunicação para dialogar com as massas e à cultura popular.
Deste modo, precisamos notar que os indivíduos acabam sendo coagidos a partir dos mecanismos de publicidade e marketing a se adaptarem a tal elemento do entretenimento, sendo comum à massa.
2 - A alternativa E está correta.
Observamos que a mídia acaba segmentando a produção cultural da periferia.
Assim ela passa a interagir com a massa de modo a veicular o que é comum a todos, como podemos observar o rap, o funk entre outros estilos musicais que nasceram na periferia e hoje fazem sucesso no mundo pop, existindo essa diferença entre cultura de massa e popular, pois uma é comum a todas e a popular é aquela que nasce na parte mais segregada da sociedade e é consumida por essa parcela da população.
Indústria cultural está ligada ao entretenimento e ao consumo em massa (1-D, 2-E).
Na obra intitulada "Dialética do Iluminismo", também traduzida como "Dialética do Esclarecimento", Adorno e Horkheimer, filósofos da Escola de Frankfurt, teorizaram sobre o conceito de Indústria Cultural, embora apresentando teses distintas sobre o assunto.
Os pensadores, em pleno século XX, cunharam a "crise da razão humana", pois, para eles, o cenário de guerras não representava o homem segundo a sua racionalidade.
A razão humana, durante toda a Filosofia, era sinônimo do agir correto, do limite quanto às paixões, do dever ético. Porém, o contexto mostra que a razão humana é falha e foi manipulada socialmente para o mal.
Theodor Adorno contrapõe "indústria cultural" e "cultura de massa". Para ele, "indústria cultural" é um bem cultural apropriado pelo sistema capitalista, fazendo com que o povo consuma a arte capitalista sem consciência de que seu gosto está sendo coisificado e massificado, a fim de ser ponte para o lucro do empreendimento capitalista.
A partir do processo de mercantilização da cultura, não há cultura de massa, ou seja, cultura própria do povo. O que existe são culturas em formatos de bens que são usadas para enriquecimento da classe elitizada e a arte, uma ferramenta de manipulação para favorecer o consumo selvagem.
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