Português, perguntado por emanuelleg142, 8 meses atrás

Umberto Eco: “O excesso de informação provoca amnésia”

Luís Antônio Giron, de Milão


ÉPOCA – O senhor acha que, com a popularização do livro digital, o livro em papel ainda tem sentido?
Eco – Sou colecionador de livros. O livro ainda é o meio ideal para aprender. Não precisa de eletricidade, e você pode riscar à vontade. Eu achava impossível ler textos no monitor do computador. Mas isso faz dois anos. Em minha viagem pelos Estados Unidos, precisava carregar 20 livros comigo, e meu braço não me ajudava. Por isso, resolvi comprar um iPad. Foi útil na questão do transporte dos volumes. Comecei a ler no aparelho e não achei tão mau. Aliás, achei ótimo. E passei a ler livros digitais, você acredita?
ÉPOCA – Apesar dessas melhorias, o senhor ainda vê a internet como um perigo para o saber?
Eco – A internet não seleciona a informação. Há de tudo por lá. Outro dia publicaram fofocas a meu respeito, e tive de me defender e corrigir os erros e absurdos. A internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia. A imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal.


(Disponível em: .
Acessado em 20.06.2012. Adaptado) (2012_LPT_EF9_H06_030_SUP)

(2012_LPT_EF9_H06_030) Umberto Eco passou a ler livros digitais quando
a) começou a colecionar livros.
b) resolveu comprar um iPad.
c) teve de defender-se de fofocas na internet.
d) percebeu que informação demais faz mal.

Soluções para a tarefa

Respondido por beattrizalves12
1

Resposta:

Umberto Eco: "O excesso de informação provoca amnésia"

O escritor italiano diz que a internet é perigosa para o ignorante e útil para o sábio porque ela não filtra o conhecimento e congestiona a memória do usuário

04/01/2012 - 15h56

COMPARTILHE

Por Redação NSC

O maior romacista e intelectual europeu, Umberto Eco, que completa 80 anos no dia 5 de janeiro, deu entrevista ao jornalista Luís Antônio Giron, da Revista Época e destacou que a "internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Que tudo surge lá sem hierarquia. A imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal". Reproduzimos abaixo para sua leitura, deleite e reflexão!

O escritor e semiólogo Umberto Eco vive com sua mulher em um apartamento duplo no segundo e terceiro andar de um prédio antigo, de frente para o palácio Sforzesco, o mais vistoso ponto turístico de Milão. É como se Alice Munro morasse defronte à Canadian Tower em Toronto, Hakuri Murakami instalasse sua casa no sopé do monte Fuji, ou então Paulo Coelho mantivesse uma mansão na Urca, à sombra do Pão de Açúcar. "Acordo todo dia com a Renascença", diz Eco, referindo-se à enorme fortificação do século XV. O castelo deve também abrir os portões pela manhã com uma sensação parecida, pois diante dele vive o intelectual e o romancista mais famoso da Itália.

Um dos andares da residência de Eco é dedicado ao escritório e à biblioteca. São quatro salas repletas de livros, divididas por temas e por autores em ordem alfabética. A sala em que trabalha abriga aquilo que ele chama de "ala das ciências banidas", como ocultismo, sociedades secretas, mesmerismo, esoterismo, magia e bruxaria. Ali, em um cômodo pequeno, estão as fontes principais dos romances de sucesso de Eco: O nome da rosa (1980), O pêndulo de Foucault (1988), A ilha do dia anterior (1994), Baudolino (2000), A misteriosa chama da rainha Loana (2004) e O cemitério de Praga. Publicado em 2010 e lançado com sucesso no Brasil em 2011, o livro provocou polêmica por tratar de forma humorística de um assunto sério: o surgimento do antissemitismo na Europa. Por motivos diversos, protestaram a igreja católica e o rabino de Roma: aquela porque Eco satirizava os jesuítas ("são maçons de saia", diz o personagem principal, o odioso tabelião Simone Simonini), este porque as teorias conspiratórias forjadas no século XIX - como o Protocolo dos sábios do Sião - poderiam gerar uma onda de ódio aos judeus. Desde o início da carreira, em 1962, como autor do ensaio estético Obra aberta, Eco gosta de provocar esse tipo de reação. Mesmo aos 80 anos, que completa em 5 de janeiro, parece não perder o gosto pelo barulho. De muito bom humor, ele conversou com Época durante duas horas sobre a idade, o gênero que inventou - o suspense erudito -, a decadência europeia e seu assunto mais constante nos últimos anos: a morte do livro. É de pasmar, mas o maior inimigo da leitura pelo computador está revendo suas posições - e até gostando de ler livros... pelo iPad que comprou durante sua última turnê americana.

ÉPOCA - Como o senhor se sente, completando 80 anos?

Umberto Eco - Bem mais velho! (Risos.) Vamos nos tornando importantes com a idade, mas não me sinto importante nem velho. Não posso reclamar de rotina. Minha vida é agitada. Ainda mantenho uma cátedra no Departamento de Semiótica e Comunicação da Universidade de Bolonha e continuo orientando doutorandos e pós-doutorandos. Dou muita palestra pelo mundo afora. E tenho feito turnês de lançamento de O cemitério de Praga. Acabo de voltar de uma megaexcursão pelos Estados Unidos. Ela quase me custou o braço. Estou com tendinite de tanto dar autógrafos em livros.

Explicação:

espero ter ajudado


emanuelleg142: qual a resposta certa?
isabellasantosjau: B) quando comprou o iPad
Respondido por patolinomecobre
7

Resposta:

D- percebeu que informação demais faz mal.

Explicação:

O escritor italiano diz que a internet é perigosa para o ignorante e útil para o sábio porque ela não filtra o conhecimento e congestiona a memória do usuário.

Perguntas interessantes