Uma tecnologia que caiu em desuso antes da II Guerra Mundial pode voltar como alternativa para tentar reduzir o caos no transporte de cargas no país devido à falta de infraestrutura adequada. Os dirigíveis, que já foram utilizados como meio de transporte e, mais recentemente, de publicidade, fazem parte de um projeto da Airship do Brasil para trazer contêineres vindos principalmente da Amazônia para as regiões Sul e Sudeste, em vez de utilizar estradas.
A empresa é uma companhia formada pela associação do Grupo Engevix, que tem investimentos no polo naval de Rio Grande, e pela Transportes Bertolini. Para colocar o projeto em prática, cerca de R$ 120 milhões foram financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e cada uma das sócias entrou com mais R$ 20 milhões.
Atualmente, 25 pessoas trabalham na área de projetos da Airship, em São Carlos (SP) – onde estão estabelecidas a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), importantes centros de formação de engenheiros especialistas em aeronáutica e aviação. O primeiro dirigível está em produção no município.
Paulo Vicente Caleffi, diretor de gestão da Bertolini, presidente da Federação das Empresas de Logística e Transporte de Cargas no Estado (Fetransul) e diretor da Airship, explica que pretende fazer o primeiro teste com o cargueiro ADB-3-30 em julho de 2016.
– Desde 1992, pesquisamos e há oito anos estamos em sociedade com o Grupo Engevix, em sigilo. Eu estive em 12 países para sondar o mercado. Já começamos a produção do primeiro dirigível, e no primeiro semestre de 2017 temos de estar navegando. Será uma revolução em termos de logística – empolga-se.
Os dirigíveis produzidos pela Airship devem ter cerca de 150 metros de comprimento, com capacidade de transportar até 54 toneladas – como comparação, uma carreta de dois eixos transporta cerca de 30 toneladas. O dirigível, inflado por gás hélio e com motores movimentados a óleo diesel, alcança velocidade de 125 quilômetros por hora, voando entre 400 metros e mil metros, com uma tripulação de até quatro pessoas. Segundo a empresa, a operação teria um preço próximo ao do frete de caminhão.
Em comunicado, a Airship informa que "inicialmente, a própria Bertolini será a principal cliente, utilizando o veículo para deslocar produtos de Manaus para as regiões Sul e Sudeste do país" e que os dirigíveis podem ocupar o mercado das hidrovias e ferrovias, modais que "o Brasil não usa adequadamente". Paulo Menzel, presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, apoia a iniciativa, mas é cético em relação aos resultados práticos:
– A ideia é linda. Ela tira grandes massas de cargas das nossas rodovias sobrecarregadas, mas tudo que está em volta precisa ser pensado junto. E eu não estou vendo isso. O Estado está preparado para uma ideia tão moderna? Na minha concepção, ainda não – avalia.
No futuro, poderá levar 200 toneladas
A Airship do Brasil avalia que dirigíveis e outros tipos de aeróstatos (aeronaves mais leves que o ar) podem ter diferentes usos, além do transporte. Diretor da empresa, Paulo Vicente Caleffi diz que já há diálogo com empresas particulares e setores do governo para utilizar as aeronaves em monitoramento de rodovias e fronteiras.
Além disso, por alguns modelos terem autonomia de até seis meses no ar, sem precisar de reabastecimento, os dirigíveis podem funcionar como substitutos de antenas de telefonia em locais afastados. A Airship também planeja para o futuro a "construção de aeronaves com até 200 toneladas de capacidade de carga", segundo comunicado da empresa.
– Já fui a lugares em que se usam dirigíveis para tirar madeira, pinçando a árvore sem precisar derrubá-la. Assim, não é preciso derrubar as árvores em volta. O uso é muito versátil – explica Caleffi.
Presidente da Câmara Brasileira de Logística e Infraestrutura, Paulo Menzel, que teve acesso ao projeto da Airship e atualmente conclui estudo sobre a infraestrutura logística no Rio Grande do Sul, avalia que o Estado está "longe de um mínimo ideal" no que diz respeito ao transporte de cargas.
Para Menzel, se a ideia for colocada em prática, haverá dificuldades para carregar e descarregar os dirigíveis, integrá-los a outros tipos de transporte e dar vazão ao volume de cargas. Apesar das dificuldades de implementação do sistema, entretanto, Menzel acrescenta que a novidade é muito útil.
Resumir e texto e responder as questões abaixo.
1) Na sua opinião o uso de dirigíveis é viável?
2) Destaque 3 ponto positivos e 3 pontos negativos desse tipo de transportes.
Soluções para a tarefa
Resposta:
oportuno atentar para os dirigíveis como meio alternativo de transporte. O combustível consumido por um dirigível é uma terça parte do consumido por um avião, para transportar cargas iguais, percorrendo a mesma distância.
O dirigível dispensa estradas e, como o helicóptero, pode pairar no ar, sobre o patio de uma indústria ou sobre uma clareira na floresta, elevando e baixando verticalmente a carga - mas por tempo indefinido e sem consumir combustível, se estiver ancorado em tempo calmo. Desloca-se a velocidades que já atingem 150 km/h e, considerando o transporte multimodal que dispensa, pode ser mais rápido que o avião até no transporte a distâncias médias para longas.
Tem grande capacidade de carga e autonomia de vôo. Exige infra-estrutura simples, ocupando pouco espaço. Há projetos prontos de dirigíveis a gás hélio (não inflamável) que transportam mais de 100 toneladas em percursos transoceânicos.
O dirigível reduz drasticamente a poluição sonora e material dos aviões e helicópteros e é significativamente mais seguro.
No início do século XX, o Conde Zeppelin inaugurou, com seus dirigíveis, a navegação aérea comercial no mundo. Trinta zepelins (enormes navios voadores com até 250m de comprimento por 50m de largura) cobriram quase 1,5 milhão de km em mais de 2 mil viagens, transportando 55 mil passage ros a velocidades que ating'am 100 km/h, com espaço, conforto e luxo até hoje inigualados em transporte aéreo.
Este é um esboço de sua historia...
O homem concebeu vários tipos de veículos para navegar na atmosfera. Esses veículos são classificados em aeronaves mais pesadas que o ar - aviões e helicópteros - e mais leves que o ar - balões e dirigíveis. Os zepelins são dirigíveis especiais, diferindo dos vários outros tipos de aeronaves.
O deslocamento das aeronaves mais pesadas que o ar, tanto vertical como horizontal, depende dos seus motores. Aviões e helicópteros perdem altura e voltam ao solo rapidamente se seus motores param - haja ou não condições para uma aterrissagem. Em outras palavras, os motores das aeronaves mais pesadas que o ar são responsáveis não só por seu deslocamento de um ponto a outro mas também (e principalmente) por sua elevação e retomo controlado ao solo.
Isso não ocorre com as aeronaves mais leves que o ar. Seu deslocamento vertical não depende - pelo menos não exclusivamente - de seus motores; elas se elevam do solo (e a ele retomam) pelo controle de sua densidade total em relação ao meio ambiente, mantida próxima de um e manipulada pelo piloto, independentemente de seus motores. Há os balões que vão de um lugar a outro levados pelo vento (o destino de seu vôo pode ser estimado, mas não pode ser determinado pelo piloto), e há os dirigíveis, cujo deslocamento horizontal depende de motores, como aviões e helicópteros.
BALÕES E DIRIGÍVEIS: COMO SE REDUZ A SUA DENSIDADE
A baixa densidade das aeronaves mais leves que o ar é obtida com gases (hidrogênio, hélio etc.), com ar aquecido (que também é mais leve que o ar ambiente), ou com uma combinação de ambos. As aeronaves que empregam ar aquecido gastam combustível no aquecimento do ar ambiente; mas pouco. Alguns dirigíveis de última geração empregam gás hélio, além do ar aquecido de suas turbinas, para reduzir sua densidade - reduzindo, também, a poluição, tanto material como sonora, do ambiente.
A densidade total dos balões e dirigíveis é controlada de várias maneiras: transferindo parte do gás mais leve para tanques de alta pressão, substituindo o espaço que ocupavam por ar ambiente; bombando ar ambiente em envelopes colocados entre os que retêm o gás mais leve, que é comprimido; ou pelo modo clássico e oneroso de ejetar gás, para baixar; ou tara, para elevar o vôo.
DIRIGÍVEIS E ZEPELINS
A forma exterior de um dirigível pode ser obtida por meio de suficiente pressão interna do gás usado para elevá-lo ou mediante uma estrutura rija, feita com material leve e duro, envolta por tecido de grande resistência. Neste caso, o dirigível conterá, no interior do seu corpo, um grande número de envelopes cheios de gás. Este gás pode ser parcialmente comprimido em tanques para variar a densidade geral da aeronave e assim fazê-la subir ou descer, conforme a vontade do piloto.
Outra razão para o emprego de estruturas rijas em dirigíveis é a conveniência de colocar seus motores de modo que a linha da força do sistema de tração da aeronave passe pelo seu centro de gravidade, evitando a inconveniência das forças binárias que ocorrem quando a linha de força não passa pelo centro de gravidade do conjunto.